Um homem de 22 anos foi preso no Distrito Federal acusado de envolvimento na disseminação de fotos de necropsia da cantora Marília Mendonça, que morreu em um acidente aéreo em 2021, em Minas Gerais, com mais quatro pessoas. As fotos viralizaram na última quinta-feira, gerando revolta de familiares, amigos e fãs da artista.

“O autor, em seu interrogatório, confessou o crime e se encontra preso à disposição da Justiça, aguardando audiência de custódia”, disse o delegado Eduardo Fabbro, em vídeo divulgado à imprensa. O delegado informou que a prisão ocorreu no âmbito da Operação Fenrir, que busca reprimir crimes praticados na internet, e está sendo coordenada pela Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos – DRCC do DF, da qual Fabbro é titular.

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“O homem foi preso em Santa Maria, em flagrante, pelo crime de vilipêndio a cadáver, que pode resultar em uma pena de um a três anos de prisão, mais multa”, afirmou Fabbro.

Segundo ele, o acusado ainda divulgou, por meio do Twitter, fotos e vídeos do corpo de duas outras celebridades, Cristiano Araújo e Gabriel Diniz. Eles também morreram em acidentes.

Diz a nota da Polícia Civil do DF: “As imagens foram obtidas de forma ilegal e distribuídas de forma indiscriminada na internet. Nesta etapa da operação, foi cumprido, por determinação judicial, um mandado de busca e apreensão, resultando na prisão em flagrante de um homem, de 22 anos, que utilizou o Twitter para difundir as imagens dos artistas. No Brasil, a pena para quem pratica o crime de vilipêndio de cadáver pode ser de detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e pagamento de multa, prevista no art. 212 do Código Penal”.

Questionada no início da noite se o acusado é o único envolvido no caso e se a investigação já ocorria antes do vazamento de fotos do corpo de Marília Mendonça, ocorrido na última quinta-feira, dia 13, a Polícia Civil do Distrito Federal ainda não retornou ao Estadão. A instituição também foi questionada se a operação tem alguma relação com a investigação que existe em Minas Gerais, mas ainda não houve resposta.

Em nota, a Polícia Civil de Minas Gerais (PC-MG) informou que tomou conhecimento da operação deflagrada hoje pela Polícia Civil do Distrito Federal, “que resultou na identificação de administradores de perfis em redes sociais que divulgaram fotos e vídeos de corpos de artistas, entre eles o da cantora Marília Mendonça”.

“A PC-MG esclarece também já identificou perfis que compartilharam as fotos e segue investigando, por meio da Corregedoria-Geral de Polícia Civil, a responsabilidade pelo vazamento das fotos do laudo de necropsia da cantora. A PC-MG já está em contato com a PCDF para apurar possível vinculação entre os fatos.”

Após o vazamento, a família da cantora criou um canal para receber denúncias sobre pessoas que compartilharam fotos da autópsia do corpo da artista. A mãe de Marília, Ruth Moreira, e o irmão da cantora, João Gustavo, pediram que as pessoas enviem prints e informações sobre pessoas que compartilharam o material pelo email familiammparasempre9@gmail.com.

João Gustavo fez um apelo emocionado na internet, na semana passada: “Estou revivendo tudo que passei, estou mal e completamente arrasado, peço que colaborem denunciando esses monstros que não têm nenhuma empatia pelo próximo! A justiça será feita da forma correta”.