À medida que o rover Perseverance e o helicóptero Ingenuity da NASA continuam a sua missão de exploração por terras marcianas, num novo estudo da Brown University, nos Estados Unidos, sugere que a subsuperfície de Marte poderá ter os “ingredientes” necessários para a existência de vida microbiana.

No estudo publicado na revista científica Astrobiology, os investigadores analisaram a composição química de meteoritos marcianos que aterraram na Terra. A analise sugere que, se os rochedos estiverem em constante contato com água, é possível que “consigam produzir a energia química necessária para suportar a existência de comunidades de micróbios semelhantes àquelas que existem nas profundezas do nosso planeta”.

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Em comunicado, os especialistas explicam que, nas últimas décadas, os cientistas têm descoberto que as zonas mais profundas da Terra são a “casa” de um vasto bioma. Sem luz solar, os organismos que nelas existem sobrevivem através de subprodutos de reações químicas, como radiólise, que ocorrem quando as rochas entram em contato com água.

Assim, os cientisttas decidiram verificar se os elementos necessários para a criação de habitats que subsistem à base de radiólise existem em Marte, recorrendo a dados recolhidos por sondas e rovers como o Curiosity, além de um vasto conjunto de informações acerca da composição de meteoritos marcianos.

Os especialistas detalham que a descoberta poderá abrir uma nova oportunidade de exploração no Planeta Vermelho. “A subsuperfície é uma das fronteiras da exploração em Marte”, afirma Jack Mustard, um dos autores do estudo.

Já Jesse Tarnas, pesquisador do Jet Propulsion Laboratory da NASA que liderou o estudo, indica que, desde que haja água subterrânea em Marte, “há uma boa hipótese de existir energia química suficiente para suportar vida microbiana”.

No último domingo o Ingenuity completou o seu terceiro voo de teste com sucesso. O helicóptero fez um voo com a mesma altitude de cinco metros que o segundo teste, mas desta vez deslocou-se a uma distância de 50 metros. Também se moveu mais rapidamente, chegando aos dois metros por segundo.