O ministro Carlos Marun, da Secretaria de Governo, disse nesste domingo, 27, que o conjunto de medidas anunciado pelo presidente Michel Temer para atender às demandas de caminhoneiros vai provocar um impacto de R$ 10 bilhões aos cofres públicos. Segundo o ministro, o desconto no preço do óleo diesel vai chegar às bombas de combustível e o Palácio do Planalto vai tratar de uma outra forma o anúncio de paralisação de petroleiros.

O governo federal cedeu mais uma vez aos caminhoneiros e anunciou um pacote de medidas que atende à maioria dos pontos reclamados pelos motoristas. Com as medidas, o preço do litro do diesel cairá R$ 0,46 na refinaria – valor próximo do pedido que citava valores entre R$ 0,40 e R$ 0,60. Além disso, o desconto aplicado inicialmente será mantido por 60 dias, o dobro do prazo inicialmente prometido. Após esse período de 60 dias, os reajustes passarão a ser mensais.

“Estamos na verdade dando um desconto no valor do óleo diesel equivalente ao somatório da Cide e do PIS/Cofins, e vamos criar um crédito extraordinário, as fontes estão sendo detalhadas, para que possamos juntamente à Petrobras, garantir esse benefício aos caminhoneiros, ao sistema de transporte público, à economia brasileira que depende muito do óleo diesel”, afirmou Marun.

“Os recursos vêm do Tesouro e serão detalhados. Estamos investindo R$ 10 bilhões no atendimento dessas reivindicações porque entendemos que hoje se transformou no desejo da sociedade brasileira”, completou o ministro.

Nesta segunda-feira, 28, o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, deve detalhar o impacto das medidas anunciadas pelo governo aos cofres públicos, comunicou Marun.

Tanque

Indagado se a redução vai chegar ao consumidor, Marun foi categórico: “A redução vai chegar às bombas. O Procon está inclusive editando medida e vai fazer fiscalização no sentido de que o nosso objetivo, de que essa redução chegue ao tanque do caminhoneiro se torne realidade”.

De acordo com o ministro, as três medidas provisórias assinadas por Temer para atender às demandas dos caminhoneiros serão publicadas “o mais rapidamente possível”. “Acredito que amanhã (terça-feira) algumas dessas MPs, que já estão em estado avançado de elaboração, já possam estar publicadas inclusive no Diário Oficial da União”, comentou o ministro.

Liderança

Durante a coletiva de imprensa, Marun destacou que não existe uma liderança uniforme do movimento dos caminhoneiros. “É difusa, são vários líderes e que o nós fizemos foi ouvir vários desses líderes. Do que ouvimos, do que eram as suas reivindicações, elaboramos essa pauta de medidas, temos a certeza de que atende aos pleitos dos caminhoneiros. E fomos ao máximo no sentido do que poderíamos conceder”, ressaltou Marun.

Sobre o anúncio de uma paralisação dos petroleiros, Marun afirmou que é uma “outra situação, que será tratada de outra forma”, mas não quis se estender sobre o tema.

Apelo

De acordo com o ministro da Secretaria de Governo, as medidas anunciadas pelo presidente Michel Temer foram discutidas com lideranças e com o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE).

“É um desejo do Parlamento que essa situação seja resolvida. Todas as mensagens que recebi foram no sentido de que fizéssemos o máximo de concessões possíveis no sentido de que essa situação fosse resolvida. Fizemos o máximo, queremos agora que todo esse trabalho não se perca. É um movimento vitorioso, o que precisamos é que os caminhoneiros voltem a cumprir sua missão”, concluiu Marun.