O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, afirmou nesta terça-feira, 29, que, em ano eleitoral, todos os políticos perdem com a crise do abastecimento. “Engana-se quem pensa que ganhou politicamente numa crise como essa. Essa crise, para a política, tem resultado perde-perde”, afirmou Marun.

Ele admitiu que a crise terá efeitos, inclusive, na pré-candidatura do ex-ministro Henrique Meirelles (MDB), seu correligionário, mas ponderou que o impacto ainda precisará ser avaliado.

O governo suspeita que infiltrados políticos estejam atuando para dar continuidade ao movimento dos caminhoneiros, que chega nesta terça ao nono dia de paralisação. “Pode existir movimento ‘volta, Lula’? Pode existir ‘Fora, Temer’? Pode existir ‘Intervenção Já’? Pode. O que não pode é nenhum desses movimentos trancar estradas e impedir o abastecimento. Isso é crime”, declarou o ministro.

Ele disse que “existem forças indevidas e oportunistas que estão fazendo, em muitos casos, os caminhoneiros reféns” para impedir que prossigam pelas estradas. “Quem está agindo dentro da lei tem que ser protegido. Quem está agindo fora da lei tem que sofrer os rigores da lei.”

Segundo Marun, o governo também sabe que, além dos infiltrados, também persistem casos de caminhoneiros que querem continuar parados por escolha, mas considera que isso só ocorra porque “alguns têm dificuldade para entender o acordo” feito com o governo. “Existem caminhoneiros que não foram suficientemente esclarecidos.”

O governo acionou as forças federais para fazer escolta de caminhoneiros que estiverem sendo ameaçados e formar comboios para transportar itens prioritários. Nesta segunda, no entanto, a presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) na Câmara, deputada Tereza Cristina (DEM-MS), afirmou que a atuação das forças federais é insuficiente para proteger os caminhoneiros e que será solicitado reforço.