12/12/2017 - 12:55
O relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da JBS, deputado Carlos Marun (PMDB-MS), pediu em seu parecer final que a Polícia Federal (PF) investigue visitas do executivo Ricardo Saud, da J&F, a senadores, entre 2014 e 2016, para pedir apoio destes a pretendentes a ocupar vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
A solicitação tem relação com boatos de que o ministro Luiz Edson Fachin teria tido ajuda dos irmãos Batista para viabilizar sua indicação à Suprema Corte. O pedido do peemedebista não faz menção nominal a Fachin, mas o magistrado é o relator da Lava Jato no STF. Ele foi o responsável por homologar o acordo do executivos da JBS.
“(Encaminho) à Polícia Federal para que investigue eventuais visitas de Ricardo Saud a senadores pleiteando apoio destes a pretendentes a ocupar a vaga de Ministro do Supremo Tribunal Federal durante período de 2014 a 2016”, diz o texto final do relatório. Autor do pedido de investigação, o deputado Marun tomará posse como ministro da Secretaria de Governo do governo Michel Temer.
No relatório final, Marun direciona os pedidos de indiciamento justamente contra os membros da Procuradoria-Geral da República que foram responsáveis pela delação premiada da JBS. Foram alvos de pedido de indiciamento, entre outros, o ex-procurador-geral Rodrigo Janot e seu ex-chefe de gabinete, o procurador Eduardo Pelella.
Na visão do relator, os dois cometeram os crimes de abuso de autoridade, prevaricação e incitação “à subversão da ordem política ou social”, previsto na Lei de Segurança Nacional. Na avaliação de Marun, as ações dos membros da PGR tinham como objetivo tirar Michel Temer da Presidência.