O Ministério da Saúde forneceu para os profissionais da linha de frente no combate ao coronavírus as máscaras do tipo KN95 consideradas inadequadas para quem lida diretamente com os contaminados pelo vírus.

No entanto, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já havia desaconselhado a compra do material hospitalar. No dia 13 de janeiro, a agência apontou que o modelo não deveria ser utilizado em hospitais. Ainda sim, o Governo Federal manteve a distribuição dos equipamentos.

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De acordo com matéria do jornal Folha de S. Paulo, o órgão afirma que recebeu reclamações de hospitais, governos estaduais e profissionais de saúde sobre o envio das máscaras inadequadas. A Anvisa disse ainda que alertou o ministério sobre a necessidade de utilizar uma proteção eficiente em hospitais.

A embalagem do produto consta o aviso “non-medical” (não-médica, em inglês). Porém, o Ministério da Saúde ressaltou que a empresa fornecedora do material provou a eficiência do equipamento. Em junho de 2020 a Anvisa já havia impedido o uso do equipamento após uma decisão da Agência Regulatória dos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês).

A empresa responsável por fornecer as máscaras consideradas inadequadas foi a Global Base Development HK Limited, de Hong Kong, na China. O contrato foi assinado no dia 5 de outubro de 2020 no valor de US$ 132 milhões (R$ 732 milhões no câmbio de hoje, 18). Cada peça custa US$ 1,65 e foram adquiridas 40 mil.