Uma pesquisa realizada pela Deloitte e divulgada no início de junho pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos) mostrou que 82% das transações bancárias são feitas de forma digital, um crescimento de 41% comparado a 2023.

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O avanço das compras online gera desafios para empresas de serviços financeiros: fraudes, roubo de dados e transferências indevidas são os principais vilões, e exigem investimentos na área de segurança cibernética e em novas tecnologias.

“Buscamos oferecer várias camadas de proteção, como a tokenização e é claro, a biometria comportamental, que vai garantir que é você mesmo que está por trás de uma determinada transação”, explica Ana Karina Scarlato, VP de Produtos e Inovação na Mastercard Brasil, à IstoE Dinheiro

Segundo a executiva, a Mastercard investiu mais de US$ 10 bilhões em IA e cibersegurança desde 2015, adquirindo pelo menos 15 empresas para desenvolver, aprimorar sistemas e também criar novas facilidades.

“Com base em tendências que vão moldar o comportamento de compra, nosso objetivo é acabar com o uso de senhas e inserção manual de dados até 2030”, diz Scarlato

Entenda a biometria comportamental

A biometria comportamental, aliado ao uso de IA, é uma das apostas da companhia.

A tecnologia é capaz de analisar o padrão de comportamento dos usuários, por exemplo: a forma como você segura seu celular e digita no aparelho ajuda o sistema a criar um ‘perfil de comportamento’ que pode te salvar de uma transferência física suspeita ou fraudulenta. 

Ela também é capaz de alertar bancos e operadoras de operações feitas em horários incomuns, de redes desconhecidas, ou com valores incompatíveis ao padrão do cliente.

Com uso de IA generativa, a Mastercard consegue de analisar até um trilhão de pontos de dados para prever se uma transação tem probabilidade de ser genuína, o que gerou um aumento de 300% na detecção de fraudes.

Desafio maior no e-commerce

Além do mundo físico, maior confiabilidade nas compras online também é prioridade máxima para as empresas de segurança digital, já que as fraudes no e-commerce aumentaram 3,5% em 2024 ante 2023, segundo uma pesquisa da Equifax BoaVista, divulgada no início do ano. 

Para mitigar esse prejuízo, a tokenização tem sido vista como uma solução para simplificar e proteger o cliente no processo de checkout. O ‘token’ é um código exclusivo e criptografado, capaz de substituir dados sensíveis como número de cartão e código de segurança.

Usando essa tecnologia, a Mastercard apostou no Click to Pay, onde um token é enviado diretamente para a plataforma, sem uso de aplicativos, QR codes ou senhas, permitindo compras online com apenas um clique. 

Se os dados do seu cartão estiverem gravados em um serviço de streaming, ou um site de compras, o serviço é capaz de substitui-los por tokens exclusivos para cada transação, diminuindo a possibilidade de fraudes e roubo de dados.

Plataformas online, como a Sympla, já começaram a adotar a tokenização, mas o processo também pode ser aplicado em carteiras digitais, ou em smartwatchs, gerando uma camada adicional de proteção nas compras físicas.

A pedido da publicação, a executiva listou algumas dessas tendências que prometem transformar o mundo do pagamento digital até o fim da década:

  • Conta-corrente, credito e cripto interoperando de forma transparente entre plataformas, dentro e fora do país.
  • Uso de IA para direcionamento de ofertas, sistemas preditivos e controle de fraudes
  • Evolução das tecnologias relacionadas a identificação do consumidor.
  • Com o crescimento do pagamento por aproximação, empresas buscam ‘enxugar’ a necessidade de estrutura complexa para checkout, oferecendo soluções que facilitam a vida dos comerciantes e varejistas, além de diminuir o tempo de espera.

“Existe uma jornada para implementar essas tecnologias. No fim das contas, é um ecossistema trabalhando em conjunto: nós, o emissor e o comércio”, finalizou.