As vendas do varejo brasileiro caíram 0,2% em abril na comparação com igual mês do ano passado, segundo indicador da operadora de cartões de crédito Mastercard. O dado, que exclui as vendas de automóveis, materiais de construção e restaurantes, sinaliza recuperação em relação às quedas de 1,4% no primeiro trimestre de 2017 e de 4,6% no último trimestre de 2016, ainda de acordo com a empresa.

As vendas pela internet foram destaque entre os segmentos avaliados, com crescimento de 29,0% sobre abril do ano passado. Nas lojas online, os setores que impulsionaram o resultado foram eletrônicos; hobby e livraria; e móveis, que superaram a performance do canal de distribuição. Por outro lado, vestuário e artigos farmacêuticos ficaram abaixo do crescimento das vendas online no geral, mas tiveram resultado expressivo se comparado ao comércio varejista em geral.

No comércio tradicional, tiveram desempenho positivo os setores de supermercados; vestuário; e artigos de uso pessoal e doméstico. Na ponta inferior, ficaram os segmentos de móveis e eletrodomésticos; combustíveis; artigos farmacêuticos; materiais de construção; e restaurantes. Este último registrou queda de 2,3% em abril.

Para o diretor de Pesquisa Econômica da Mastercard Advisors, Kamalesh Rao, o ambiente econômico ainda se mantém desafiador, especialmente diante do aumento da taxa de desemprego e deterioração da massa salarial. “Mesmo assim, a confiança do consumidor continua crescendo em abril em relação ao mês anterior. Neste panorama, há uma possibilidade de melhora gradativa no comércio varejista do País nos próximos meses”, afirma.

Por regiões, Sul e Sudeste tiveram desempenho positivo, com ganho de 1,7% e 1,6%, respectivamente, enquanto o Nordeste ficou ligeiramente acima das vendas totais, com -0,1%. Por outro lado, Norte (-1,3%), e Centro-Oeste (-1,1%) ficaram abaixo do registrado pelo varejo, no comparativo com igual período do ano anterior.

O indicador da Mastercard, chamado SpendingPulse, informa sobre gastos no varejo nacional e o desempenho do consumo. O dado é baseado nas atividades de vendas na rede de pagamentos Mastercard, juntamente com as estimativas para todas as outras formas de pagamento, incluindo dinheiro e cheque. O levantamento, segundo a empresa, não reflete ou se relaciona com o desempenho operacional e financeiro da MasterCard.