Por Maria Carolina Marcello

BRASÍLIA (Reuters) – MDB, União Brasil, PSDB e Cidadania, partidos que se identificam como integrantes do campo ideológico de centro, comprometeram-se nesta quarta-feira a chegar a um nome de consenso do grupo para concorrer em outubro ao Planalto e anunciá-lo em 18 de maio.

Dirigentes das quatro siglas estiveram reunidos nesta tarde em Brasília, ocasião em que, segundo nota assinada pelos presidentes das legendas — Luciano Bivar (União Brasil), Baleia Rossi (MDB), Bruno Araújo (PSDB) e Roberto Freire (Cidadania) — “reafirmam tratativas para apresentar um candidato(a) à Presidência da República como a alternativa no campo democrático”.

“O candidato(a) de consenso será anunciado(a) no dia 18/05, quarta-feira em Brasília”, diz a nota que conclama, ainda, “outras forças democráticas” a se juntarem a esse grupo.

Ao mesmo tempo em que informa a data de divulgação de um nome acordado pelo grupo, a nota assinada pelos dirigentes dos quatro partidos informa que o União Brasil irá divulgar, no dia 14 de abril, o nome do partido para “apreciação desse conjunto de forças políticas”.

O União Brasil é o novo partido do ex-juiz Sergio Moro, que vinha pontuando nas pesquisas eleitorais com cerca de 8% das intenções de voto. A legenda, no entanto, soltou nota no sábado reiterando que o projeto de Moro na sigla estaria relacionado ao Estado de São Paulo após mal-estar na sigla depois de o ex-juiz contrariar acerto de filiação e declarar que não desistia de “nada”.

Segundo Bivar, Moro é uma pessoa que qualquer partido gostaria de ter entre seus quadros, mas qualquer decisão a respeito de um candidato do União ao Palácio do Planalto ser definida de forma colegiada.

Questionado se Moro seria uma opção, Bivar se limitou a dizer que “todos que são filiados ao partido são suscetíveis em uma discussão ampla”.

Ao afirmar que mais de 50% de eleitores estão indecisos, Bivar declarou que o nome do grupo será o que mais “congrega” e declarou que “queremos uma candidatura que seja a alternativa”.

O MDB já havia colocado o nome da senadora Simone Tebet como pré-candidata, ao passo que o PSDB, em um controverso processo interno, apontou o agora ex-governador de São Paulo João Doria como o escolhido da sigla.

O Cidadania chegou a lançar a pré-candidatura do senador Alessandro Vieira, mas ele deixou o partido e filiou-se ao PSDB.

Paralelamente a reunião dos dirigentes dos partidos, Simone Tebet reunia-se com um dos nomes do PSDB que concorreu às prévias do partido, o ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite.

Tebet defendeu a convergência entre os que se identificam com o centro e afirmou que há ameaças “concretas” às instituições democráticas. Também criticou o que chamou de “política odiosa” da polarização, que se retroalimenta.

“Este momento exige de todos nós união e competência”, afirmou a senadora.

Leite, por sua vez, disse que não se tratava ali de desrespeito e tentativa de deslegitimar as prévias de seu partido, mas de “ajudar o país a encontrar um caminho”.

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