13/01/2022 - 22:45
Um médico do Reino Unido foi excluído do registro médico do país por marcar os fígados dos pacientes com suas iniciais. Os incidentes ocorreram entre fevereiro e agosto de 2013, quando Simon Bramhall usou um dispositivo cirúrgico para escrever suas iniciais em fígados transplantados no final de duas cirurgias.
As iniciais de 1,6 polegadas foram descobertas por outro médico quando um órgão transplantado por Bramhall falhou após cerca de uma semana, de acordo com a BBC News.
+ Com desfalque e sobrecarga, médicos de postos de saúde de SP discutem paralisação
Em 2017, Bramhall se declarou culpado e foi condenado por duas acusações de agressão comum, de acordo com documentos do Serviço do Tribunal de Prática Médica do Reino Unido, conhecido como MPTS, que ouve reclamações contra médicos e determina se eles estão aptos a praticar. Ele foi multado em £ 10.000 (R$ 75.000,00) e condenado a serviço comunitário.
Bramhall renunciou ao emprego no Queen Elizabeth Hospital de Birmingham em 2014 e foi suspenso por pelo menos cinco meses em dezembro de 2020, segundo a BBC News.
No entanto, o MPTS convidou Bramhall para que seu caso fosse revisado em dezembro de 2020. O serviço revisou evidências no caso, incluindo declarações de Bramhall, nas quais ele afirmou que “fez uma marca no fígado adjacente” e admitiu que suas ações em 2013 “foram estúpido e totalmente errado”, de acordo com os documentos do MPTS.
O advogado de Bramhall argumentou que “a aptidão para a prática do ex-médico não estava mais prejudicada” e “que este caso nunca foi sobre suas habilidades cirúrgicas, mas sim sobre a falta de respeito do Sr. Bramhall pela dignidade dos pacientes”.
O MPTS “estava convencido de que não há risco discernível de repetição” do incidente e disse que a aptidão de Bramhall para a prática “não é mais prejudicada por motivo de condenação”. A ordem que o suspendia da prática foi revogada.
No entanto, o caso foi reenviado ao MPTS e, durante uma audiência nesta semana, o serviço disse que “aceitou que nenhum dano físico duradouro foi causado a nenhum dos pacientes”, mas que as ações de Bramhall causaram a um deles “dano emocional significativo, ” de acordo com a BBC.
Embora eles tenham dito que Bramhall era de “bom caráter anterior”, removê-lo do registro médico era a punição apropriada e, embora ele fornecesse cuidados que salvassem vidas, ele ainda estava em “grave violação da dignidade e autonomia de seus pacientes”.
Após a audiência, uma suspensão imediata foi posta em prática , mas Bramhall tem um período de apelação de 28 dias.
