Exposto nas mídias sociais nesta segunda-feira (11) depois de praticar crime e ser gravado por colegas – estupro de uma mulher que estava em trabalho de parto e anestesiada -, o médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra vai participar de uma audiência de custódia no início da tarde de hoje (12). Preso em flagrante, Giovanni pode passar para a prisão preventiva até que seja julgado e receba uma sentença em definitivo.

O crime, que chocou o Brasil ontem, foi descoberto na noite de domingo (10), após uma gravação feita por enfermeiras que trabalham no Hospital da Mulher de São João de Meriti, região metropolitana do Rio de Janeiro.

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No registro usado para a prisão em flagrante, Giovanni coloca o pênis na boca de uma paciente que estava completamente sedada durante uma cesárea. Segundo relatos de uma enfermeira, as atitudes do médico de 31 anos eram suspeitas há um mês e o crime só foi gravado após o direcionamento da cesárea para uma sala com um armário de vidro escuro, permitindo às enfermeiras a gravação do estupro.

Giovanni recebeu, ainda na noite de domingo para segunda, ordem de prisão pela delegada Bárbara Lomba, titular da Delegacia da Mulher (Deam), e foi levado ao presídio de Benfica, na Zona Norte do Rio.

O marido da grávida gravada durante o estupro também será ouvido hoje, no Deam.

Outras vítimas e procedimento incomum

Agora, existe a expectativa de que outras mulheres também foram vítimas do médico anestesista, isso porque somente no domingo ele realizou outras três cirurgias com a mesma equipe. Os enfermeiros do hospital notaram que Giovanni realizava procedimentos incomuns, como dificultar a visão dos outros médicos durante a cirurgia, colocando um pano que cobria o rosto das pacientes.

Ontem, após o caso ganhar repercussão, um homem que preferiu não ser identificado, foi ouvido no Deam e relatou que na semana passada, durante o parto de seus filhos, Giovanni o retirou da sala. De acordo com a Polícia Civil, a esposa deste homem já estava dormindo quando ele foi impedido de acompanhar a cirurgia.

No relato, o homem conta que a esposa passou horas dormindo após o parto e a mãe dela notou que seu rosto estava com sujeiras como casquinhas brancas e pele colando. A força do medicamento aparenta ser um ponto em comum entre as vítimas do médico anestesista.

Nos últimos seis meses, Giovanni trabalhou em três hospitais da rede pública do Rio de Janeiro.