08/12/2017 - 0:06
Primeiro ministro da Fazenda a pisar em solo amazonense em quatro décadas, Henrique Meirelles aproveitou sua passagem nesta quinta-feira por Manaus para assistir à noite de louvor em celebração ao centenário da igreja Assembleia de Deus no Amazonas, onde mais uma vez pediu para que os evangélicos orassem pela economia brasileira.
Na sequência à palestra proferida a empresários na Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), o destino de Meirelles foi o centro de convenções Canãa, na zona sul da capital amazonense, para um compromisso fora da agenda oficial do qual foi convidado pelo pastor Jonatas Câmara, presidente da igreja no Estado.
Lá, Meirelles esteve com um grande grupo de políticos – entre eles, vereadores de Manaus, o senador Magno Malta (PR-ES) e os deputados federais Pauderney Avelino (DEM-AM) e Silas Câmara (PRB-AM) -, além dos fiéis. Foi apresentado por seu anfitrião, o pastor Jonatas Câmara, como um homem da maior expressão, que “descolou” a economia da política.
Na maior parte do tempo, o titular da Fazenda parecia, muitas vezes, trocar mensagens pelo celular e chegou a bocejar algumas vezes. Conseguiu ficar, porém, até tarde: já passavam das 21 horas, no horário local, quase no fim do culto, quando Meirelles deixou o local para voltar a Brasília.
Nas poucas vezes em que se levantou foi para entoar o hino nacional, receber bênçãos dos fiéis – levantando discretamente a mão direita – e fazer um discurso de menos de dez minutos. Diante do microfone, Meirelles disse se identificar com as igrejas por partilhar os mesmos valores de ética, trabalho e mérito. A exemplo do que havia dito à tarde aos empresários, assinalou que o País começou a crescer e afirmou ter certeza de que, em um ano, estará “muito melhor”.
Até lá, contudo, Meirelles, que é potencial candidato na corrida pelo Palácio do Planalto no ano que vem, alertou que é preciso “manter a direção”. “Vamos orar pelo Brasil e vamos construir um País que tenha capacidade e condições para que todos andarem de cabeça erguida”.
Ao frisar que mais de 1 milhão de empregos foram gerados neste ano, ele contrapôs os feitos da política econômica atual com fracassos do governo anterior, período em que, lembrou, as pessoas estavam de “cabeça baixa” e o povo, “preocupado”, porque o desemprego era cada vez maior e a inflação só subia. “O importante é que o povo brasileiro, vocês, o povo de Deus, o povo evangélico, todos merecem um Brasil de oportunidades”.
Meirelles não fez menções à reforma da Previdência, sua principal frente de trabalho no momento. No entanto, defendeu a responsabilidade nas contas públicas.
“Uma coisa que encontramos foi um País com as contas públicas desorganizadas”, contou. “E o governo não é diferente da casa de cada um de nós. Isso é, quando nós gastamos mais do que ganhamos e tomamos dinheiro para pagar as despesas, a dívida vai aumentando cada dia mais e vamos tendo cada vez mais problemas”, comparou o ministro, cobrando também que todos os homens públicos administrem as finanças públicas com valores de Deus, da igreja, da ética e da integridade pessoal.
“Estamos botando ordem na casa, como a própria bandeira do Brasil diz: ‘ordem e progresso’. Isso é fundamental. Precisamos botar ordem no País e depois ter condições de progredir.”