O ex-ministro da Fazenda e atual secretário de Fazenda do Estado de São Paulo, Henrique Meirelles, endossando projeções do mercado, disse nesta terça-feira, 17, que, que a economia brasileira, em números do PIB, deverá fechar o ano com queda de 4,5% e recuperar no ano que vem para encerrar 2021 com alta de cerca de 3,5%.

Meirelles participa neste momento do painel “A Atual Conjuntura Econômica”, no evento “Semana do Mercado Financeiro”, organizado pela Esalq/USP.

O secretário fez um breve balanço do atual momento econômico neste período, ainda de pandemia, e disse que a atividade já cresce pelo terceiro trimestre seguido, o que encontra base na retomada da atividade das empresas e da volta das pessoas às ruas, ainda que mantendo os protocolos de distanciamento social.

“O Brasil está se aproximando do período anterior à crise, quando crescia menos”, disse o ex-ministro. De acordo com ele, quando as pessoas forem todas vacinadas, a economia vai passar a crescer a um ritmo mais forte.

Auxílio

Meirelles entende que para o governo manter um programa de transferência de renda a partir de janeiro, assim que o auxílio emergencial for retirado, é preciso avançar com as reformas e controlar o gasto público. Esta semana, o ministro da Economia, Paulo Guedes, reforçou que o auxílio se encerrará mesmo em 31 de dezembro.

Ele participou até há instantes do painel “A Atual Conjuntura Econômica”, no evento “Semana do Mercado Financeiro”, organizado pela Esalq/USP. Ocorre que, com a retirada do auxílio, 23 milhões de pessoas ficarão sem uma renda mínima a partir do primeiro mês de 2021. Considerando-se que estas 23 milhões de pessoas têm outro tanto de dependentes, este número se multiplica.

“O que tem de ser feito é aprovar as reformas e controlar as despesas. As reformas são fundamentais e temos que fazer a administrativa”, disse o secretário. A reforma administrativa, de acordo com Meirelles, vai reduzir os gastos com pessoal. De acordo com o ex-ministro, tudo o que havia para ser cortado no Orçamento já foi cortado.

“As despesas previdenciárias foram controladas com a reforma da Previdência e agora tem que se cortar as despesas da máquina pública”, receitou o ex-ministro e ex-presidente do Banco Central. Além disso, de acordo com Meirelles, para que o governo possa manter um programa social de transferência de renda, é preciso reduzir os subsídios fiscais.