O aplicativo de delivery Keeta, marca internacional da chinesa Meituan, iniciará sua operação na cidade de São Paulo no mês de novembro. A informação foi divulgada em um vídeo publicado nas redes sociais da empresa na última quarta-feira, 23. Contudo, a empresa esclarece que o serviço de delivery de fato começa antes da virada do ano, mas sem data definida.

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“Estou muito otimista com o potencial do mercado brasileiro”, afirma no vídeo o CEO da Keeta, Tony Qiu, que aparece ao lado do prefeito Ricardo Nunes (MDB) e do co-fundador da Meituan, Rongjun MU.

Em maio, a empresa já havia divulgado um investimento de US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5,6 bilhões) para iniciar sua operação brasileira ainda este ano. O anúncio aconteceu durante uma cerimônia em Pequim, que tinha a presença do CEO da empresa, Wang Xing, e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A gigante chinesa afirmou que construirá uma rede nacional de entregas e projeta contar com 100 mil entregadores parceiros já no seu primeiro ano de operação.

Na China, onde temos mais de 14,8 milhões de comerciantes ativos, criamos programas de treinamento para ajudá-los a melhorar suas operações de diversas maneiras. Contamos com mais de 2.300 instrutores e já ajudamos cerca de 13,7 milhões de comerciantes a construir restaurantes mais inteligentes e digitais, que atraem mais clientes, operam com mais eficiência e aumentam sua receita”, afirma em nota Tony Qiu.

Meituan enfrenta disputa acirrada

A chegada da plataforma no Brasil ocorre um ano de grandes disputas no setor do delivery de comida pronta.

Entre o fim de abril e o início de maio, três aplicativos de delivery anunciaram investimentos bilionários para disputar este mercado. Além dos R$ 5,6 bilhões da Meituan, o Rappi anunciou que investirá R$ 1,4 bilhão ao longo dos próximos três anos. Já a 99Food retorna ao país com R$ 1 bilhão.

O momento de acirramento das disputas no setor ocorre após o líder do segmento no Brasil, o iFood, ser proibido no final de 2023 de fechar contratos de exclusividade com redes com mais de 30 restaurantes. A norma foi estabelecida pelo Cade, junto com um conjunto de regras para cercear práticas anticompetitivas no setor.

Na disputa por espaço, as empresas estão em uma corrida de benefícios ofertados para os estabelecimentos e para os entregadores. As medidas incluem isenção de taxas para os restaurantes e aumento da remuneração de motoqueiros e ciclistas.