O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Chicago, Austan Goolsbee, evitou descartar nesta segunda-feira, 5, a possibilidade de a autoridade monetária cortar juros em março. Questionado sobre a expectativa, em entrevista à Bloomberg TV, o dirigente se limitou a dizer que espera avaliar mais dados antes de tomar uma decisão sobre o nível adequado.

Goolsbee, que não vota nas reuniões deste ano do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), ressaltou que, se os dados seguirem evoluindo como estão atualmente, o cenário permitirá uma guinada em direção ao relaxamento monetário.

Ele lembrou que a expectativa média dos integrantes do Comitê é por três reduções da taxa básica este ano.

O dirigente reforçou ainda que a economia dos Estados Unidos têm exibido resiliência mais duradoura do que o esperado, mas ponderou que esse movimento veio acompanhado de progressos no combate à inflação. “2023 foi um ano muito bom para o mandato duplo do Fed”, disse.

Goolsbee acrescentou que, em um ambiente como o atual, a curva de juros invertida não é um bom fator para prever recessão.

Para ele, o relatório de emprego, payroll, forte também não pode ser considerado um indicativo de economia superaquecida.

Sobre o sistema bancário, Goolsbee explicou que os problemas do New York Community Bank parecem ser particulares, sem apontar uma deterioração mais ampla do setor.

No entendimento dele, não há sinais de um estouro no mercado imobiliário comercial e o aperto das condições financeiras está em linha com o que era esperado pelos juros restritivos.