FRANKFURT (Reuters) – Os países da União Europeia (UE) devem intensificar suas defesas contra ataques digitais a sua infraestrutura financeira, já que a guerra na Ucrânia aumentou o risco de ofensivas por parte de potências estrangeiras, disse nesta terça-feira o órgão regulador de risco sistêmico do bloco.

Os países europeus correram para proteger sua infraestrutura de energia de ataques físicos, mas o Conselho Europeu de Risco Sistêmico (ESRB, na sigla em inglês) disse que mais esforços precisam ser feitos contra os ataques a instituições financeiras e as redes de telecomunicações e redes elétricas das quais dependem.

“A guerra na Ucrânia, o amplo cenário geopolítico e o uso crescente de ataques hackers aumentaram significativamente o ambiente de ameaças digitais”, disse o ESRB em relatório.

“Há um risco maior de ataques ao sistema financeiro da União Europeia por parte de Estados ou atores patrocinados por Estados.”

Especificamente, o órgão de vigilância disse que as autoridades nacionais devem começar a realizar testes e análises de impacto, usando ferramentas desenvolvidas pelo ESRB para identificar pontos fracos e medir sua resiliência a ataques.

“O ESRB considerará quais ferramentas de política operacional são mais eficazes para responder a um incidente digital em todo o sistema e identificará lacunas nas ferramentas de política operacional e financeira”, acrescentou.

O ESRB, composto por bancos centrais e reguladores da UE, concentra-se principalmente no risco financeiro, mas ampliou o escopo de sua análise para a infraestrutura usada por bancos e outras instituições.

A Comissão Europeia propôs em outubro intensificar as medidas para proteger sua infraestrutura crítica, com a energia entre as principais áreas de foco após a suspeita de sabotagem dos gasodutos Nord Stream um mês antes.

(Por Francesco Canepa)

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