12/12/2022 - 17:45
BRASÍLIA (Reuters) – O coordenador técnico da transição de governo, Aloizio Mercadante, afirmou nesta segunda-feira desconhecer “qualquer iniciativa” por parte do governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva de alterar a Lei das Estatais.
Questionado por repórteres, Mercadante também se recusou a responder se será indicado para comandar algum ministério ou estatal no próximo governo, que tomará posse em 1º de janeiro.
De acordo com uma fonte da transição, o ex-ministro está cotado para assumir o comando do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), mas o anúncio só aconteceria depois da indicação do Ministro de Indústria e Comércio.
Nesta segunda, o dólar fechou em alta de 1,26% frente ao real e o Ibovespa registrava queda superior a 2% após notícias colocarem Mercadante como possível nome para assumir o BNDES ou a Petrobras.
Segundo participantes do mercado, uma nomeação de Mercadante sinalizaria uma política econômica mais desenvolvimentista do governo eleito, com possível expansão do gasto público para impulsionar o crescimento econômico.
Aliado a isso, rumores de mudanças na Lei das Estatais também foram citadas por agentes financeiros como um dos motivos para a forte queda do Ibovespa.
+ Juros: Taxas sobem com ‘risco Mercadante’ e receio de mudança na lei de estatais
O ex-ministro Nelson Barbosa, um dos coordenadores do núcleo de Economia da transição de governo, afirmou que seu grupo não chegou a discutir o tema da Lei das Estatais.
Barbosa ainda afirmou que Mercadante faria um ótimo trabalho em qualquer cargo no governo.
“O mercado reage mal a qualquer nome do PT. O PT ganhou a eleição. O Mercadante, assim como eu disse sobre o Haddad na semana passada, é um dos principais quadros políticos do PT e do Brasil”, disse, sem mencionar se uma nomeação do colega poderia sair.
Para Barbosa, “essas flutuações de mercado acontecem”, mas o ruído será eliminado à medida em que o governo passe a apresentar seus projetos.
(Reportagem de Lisandra Paraguassu e Bernardo CaramTexto de Pedro FonsecaEdição de Alexandre Caverni)