14/01/2019 - 12:07
Mesmo com os pedidos de recuperação das livrarias Cultura e Saraiva, as maiores do mercado nacional, o segmento editorial de 2018 fechou com leve alta, informou a coluna Mercado Aberto, da Folha de S.Paulo.
“Houve crescimento, mas foi tímido em termos de faturamento, depois do desconto da inflação”, afirmou Ismael Borges, da Nielsen, entidade de pesquisa e análise do setor.
A Livraria Cultura pediu recuperação judicial em outubro do ano passado, com dívidas de R$ 285 milhões. Já a Saraiva, com R$ 675 milhões a pagar, pediu o recurso em novembro.
Os dados positivos do setor foram comprovados por Tomas Pereira, sócio da editora Sextante. “Não fosse o problema das duas redes, teríamos tido um ano excepcional, com 10% de crescimento.”
O ano foi estável, mas poderia ter sido melhor. Segundo ele, o volume de venda intensifica nos últimos meses do ano, período onde a empresa já não repassava mais seus títulos para as duas redes de livrarias.
“O momento crucial desse mercado é o último bimestre. Àquela altura do ano, no entanto, não podíamos fornecer para as redes, que, somadas, representam 40% da vendas.”
Os títulos sobre gerenciamento e negócios foram os grandes impulsionadores do mercado, com alta de quase 200% em comparação a 2017. “A alta desse nicho compensou desempenhos negativos de outros ramos, como livros de concursos públicos, que caíram agressivamente”, diz Borges.