20/02/2025 - 15:56
O dólar fechou nesta quinta-feira, 20, em baixa no Brasil, acompanhando o recuo generalizado da moeda norte-americana no exterior, ainda que o mercado siga operando sob tensão em meio às promessas de tarifas de importação dos Estados Unidos.
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O dólar à vista fechou em queda de 0,37%, aos R$ 5,7045. Em 2025 a moeda norte-americana acumula queda de 7,68%.
Às 17h02 na B3 o dólar para março — atualmente o mais líquido — cedia 0,31%, aos R$ 5,7125. Veja cotações.
O Ibovespa fechou rondando a estabilidade, pendendo para o campo positivo nesta quinta-feira, sustentada pelo avanço da Vale na esteira de balanço acompanhado de anúncio de recompra de ações e dividendos, enquanto Banco do Brasil e Gerdau figuraram entre as maiores quedas, com os respectivos resultados e perspectivas para 2025 também ocupando as atenções.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,17%, a 127.871,29 pontos, de acordo com dados preliminares, após marcar 127.063,47 pontos na mínima e 127.871,29 pontos na máxima do dia. O volume financeiro somava R$ 22,5 bilhões antes dos ajustes finais do pregão.
O dia do dólar
Em mais um dia de agenda econômica esvaziada no Brasil, os investidores se voltaram para o cenário externo, onde o presidente dos EUA, Donald Trump, prometeu anunciar novas tarifas no próximo mês ou antes, acrescentando madeira e produtos florestais à lista de produtos no alvo de seu governo. Anteriormente, Trump já havia anunciado a intenção de tarifar carros importados, semicondutores e produtos farmacêuticos.
O fato de Trump indicar que as tarifas não serão imediatas, porém, abriu espaço para uma queda do dólar nesta quinta-feira, mesmo porque a sessão da véspera já havia sido de elevação da moeda norte-americana pelo mesmo motivo — as promessas de tarifas.
“Tivemos ontem um movimento meio global de aversão ao risco, com as moedas (de emergentes) performando pior com a questão das tarifas dos Estados Unidos”, comentou durante a tarde o economista-chefe da Western Asset, Adauto Lima. “Hoje o câmbio está voltando um pouco para abaixo dos R$5,70, devolvendo”, acrescentou.
Após marcar a cotação máxima de R$5,7271 (+0,02%) às 9h01, na abertura do mercado, o dólar à vista atingiu a mínima de R$5,6865 (-0,69%) às 14h43. No restante da tarde, recuperou algum fôlego, mas ainda encerrou em baixa.
“O dólar está caindo hoje, mas o cenário ainda é de volatilidade”, avaliou Lucas Almeida, especialista em investimentos e sócio da AVG Capital.
“Acredito que as novas tarifas anunciadas pelo governo Trump aumentam a incerteza no comércio global, e esse tipo de medida protecionista pode ter efeitos contraditórios: por um lado, fortalece o dólar no curto prazo pela busca de segurança; por outro, pode gerar ajustes nos fluxos de capitais, beneficiando algumas moedas emergentes, como o real.”
No exterior, o dólar seguia em queda ante praticamente todas as demais divisas — a exceção era o peso argentino. Às 17h11, o índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — caía 0,73%, a 106,400.