Em entrevista ao Financial Times, a presidente do Federal Reserve (Fed) de Cleveland, Loretta Mester, avaliou que os mercados estão “um pouco à frente” no que diz respeito à precificação de cortes de juros no início do próximo a ano. A dirigente defendeu que, depois de atingir nível suficientemente restritivo, o momento é de segurar os juros até que a inflação retorne à meta de 2%.

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Mester ressaltou que o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) não mudará a trajetória repentinamente rumo à redução do aperto nas condições financeiras. “Os mercados pularam para a parte final, que é ‘vamos nos normalizar rapidamente’, e eu não vejo isso”, acrescentou ela.

A presidente do Fed de Cleveland revelou que está entre os dirigentes que preveem três cortes de 25 pontos-base (pb) no próximo ano, caso a inflação continue a moderar e confirme um cenário de pouso suave. Nessas condições, o Fed teria que “normalizar a política monetária e reduzir os juros a um nível neutro ao longo do tempo”. Segundo ela, os dirigentes estão conscientes sobre a necessidade de não manter a política apertada por um tempo demasiadamente prolongado, mas também se preocupam com o risco da inflação persistentemente elevada.

Mester, que vota nas decisões monetárias do Fomc no próximo ano até se aposentar em junho, afirmou que vai monitorar de perto a trajetória das expectativas de inflação de um ano e quão rápido ela se move rumo à meta de 2%.