O Relatório de Estabilidade Financeira (REF) do segundo semestre de 2023, divulgado nesta terça-feira, 30, pelo Banco Central (BC), avalia que houve um fortalecimento da percepção da tendência em disposição para tomar riscos, mas que esse apetite para o crédito continua demandando atenção pela autoridade monetária. “O financiamento à economia real permaneceu desacelerando, mas o afrouxamento da política monetária e a melhora na percepção do risco começam a dar sinais positivos”, trouxe o documento.

Para as famílias, de acordo com o BC, seguiu a desaceleração no ritmo de crescimento, mas na margem houve estabilidade para cartão de crédito e crédito não consignado, e aceleração na carteira de veículos. A desaceleração, conforme a instituição, suavizou-se no crédito às empresas de menor porte, e inverteu a tendência de queda no crédito bancário para grandes empresas.

Para estas grandes corporações, segundo o REF, o mercado de capitais manteve-se na segunda metade do ano passado como fonte relevante de financiamento. “Em linha com a melhora na economia, o apetite ao risco das instituições financeiras (IFs) na concessão de crédito, que vinha se reduzindo, sinaliza estabilidade. No entanto, o ambiente continua demandando atenção”, reforçou o BC.

Em relação às famílias, o relatório enfatizou que os critérios de contratação foram mantidos após período de melhora na qualidade. “Concernente às empresas, não se percebeu alteração relevante nos critérios de contratação, apesar da contínua desaceleração no crescimento da carteira”, pontuou a autoridade monetária.

Considerando os riscos relacionados à atividade econômica, ao comprometimento de renda e ao endividamento das famílias ainda elevados, e à pressão sobre a capacidade de pagamento das empresas de menor porte, o ambiente continua demandando preservação da qualidade das concessões, segundo o BC.