O Mercado Livre, agora, tem um atacado próprio para chamar de seu. A empresa entrou no segmento após notar que mesmo nas vendas B2C havia um percentual relevante de CNPJs comprando junto à plataforma. A novidade foi anunciada nesta semana e prevê atender desde pequenas empresas até grandes corporações e órgãos governamentais.

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Os clientes corporativos do B2B do Mercado Livre terão até 50% de desconto mesmo em compras pequenas.

A unidade estava em testes desde outubro do ano de 2024. Com o lançamento, a companhia espera acelerar a expansão da nova frente de negócio, que recebeu parte dos R$ 34 bilhões em investimentos anunciados para serem feitos no Brasil em 2025. O montante é 48% superior ao executado em 2024.

Agustin Rabinovitch, diretor do Mercado Livre Negócios, conta que a empresa vê um grande mercado ainda inexplorado, dado o gap da penetração do B2B – especialmente no e-commerce – ante mercados desenvolvidos.

“Na América Latina, o comércio B2B é seis vezes maior que o B2C, mas é algo sub-representado, especialmente no e-commerce. No e-commerce é algo em torno de 5%, no restante do mundo chega a 25% ou 30%, considerando EUA, China e Europa”, disse em entrevista exclusiva à IstoÉ Dinheiro durante o Mercado Livre Experience.

Além disso, o executivo relata que, dada a experiência prévia, diversos clientes pessoa jurídica já estavam realizando compras na plataforma de varejo – e agora devem encher mais o carrinho considerando os descontos substanciais.

“Algo muito importante para nós é que o cliente CNPJ já estava comprando conosco, ainda antes do anúncio do Mercado Livre Negócios. Eles já estavam comprando um percentual grande. Podemos ver que é um mercado com muito potencial “, conta Rabinovitch.

Segundo dados da consultoria alemã Statista, o segmento de vendas online entre empresas movimenta um volume quatro vezes maior que o e-commerce B2C, e a expectativa é de que essa proporção cresça para seis vezes até o fim do ano que vem.

Entrando nesse mercado, o Meli deve diversificar ainda mais as fontes de receita e mirar um público que possui ticket médio mais alto e compras recorrentes. No total, são 4 milhões de usuários habilitados para fazer compras no atacado da plataforma de varejo em toda a América Latina.

A nova unidade de negócio dará aos clientes acesso a financiamento via Mercado Pago, o banco digital do Mercado Livre, além de ‘precificação inteligente e custos de logística diferenciados’.