Os papéis das empresas já estão sofrendo com o corte de R$ 5 bilhões do orçamento do programa Minha Casa Minha Vida e com a esperada alta das taxas de juros prevista para este ano. Na BM&FBovespa, a ação que mais sentiu foi a da Cyrela. As perdas de 28,05% no ano são as maiores não apenas do setor como também de todo o Ibovespa. O Índice Imobiliário  ? um termômetro para o desempenho do setor ? tem perdas de 13,8% no mesmo período. ?O resultado do quarto trimestre da Cyrela deve ser o pior entre as empresas do setor que acompanhamos?, diz o analista da Fator Corretora, Eduardo Silveira. São esperadas pressões nas despesas e queda de margens. 

 

66.jpg
Cyrela: ações têm a maior queda do Ibovespa em 2011

 

A atuação da Cyrela no segmento econômico não é clara. A empresa não conseguiu aumentar a sua participação no setor, como pretendido, nos últimos três meses de 2010 e ficou em 22,5%. ?Outras, como a MRV, têm conseguido, mas seu desempenho não é muito melhor?, diz Ricardo Justo, analista da consultoria Lopes Filho. Cerca de 80% dos imóveis da MRV são voltados para o Minha Casa Minha Vida. As ações recuam 15,44% em 2011. 

 

52.jpg

 

 

Destaque no pregão


Tegma entra no e-commerce

 

A Tegma Gestão Logística, até agora especializada na entrega de carros zero quilômetro para concessionárias, anunciou na quarta-feira 9 a compra da Direct Express Logística Integrada, empresa que presta serviços de logística para a cadeia de distribuição no setor de e-commerce. A Tegma pagará R$ 77,2 milhões por 80% da empresa e assumirá uma parcela da dívida, que hoje chega a   R$ 16,6 milhões. A Direct tem hoje mais de um milhão de entregas por mês e 16 unidades. Sua receita bruta chegou a R$ 130 milhões em 2010.

 

63.jpg

 

Palavra de analista

 

O mercado recebeu bem a notícia da aquisição e, no dia do anúncio, os papéis da Tegma subiram 4,35%, para R$ 24. ?Além de o negócio ter sido fechado por um bom preço, a aquisição permite que a Tegma ofereça novos serviços?, diz Rogério Araújo, analista da Flow Corretora. Ele afirma que a aquisição vai reduzir a dependência da Tegma dos serviços para o setor automotivo. Com recomendação de compra, Araújo tem preço-alvo de R$ 25,20 para o finaldezembro de 2011.

 

 

Bancos


Esse Bamerindus…

 

Uma briga de quase 14 anos pode chegar ao fim às 19 horas do dia 22 de março, uma terça-feira. Os acionistas minoritários do banco Bamerindus, que quebrou e foi absorvido pelo HSBC, devem fechar um acordo para receber R$ 7,74 por ação do banco e R$ 5,52 por papel da holding Bamerindus Participa-ções e Empreendimentos. ?Os papéis da holding valem menos, pois os imóveis eram propriedade do banco?, diz Euclides Ribas, presidente da Associação Brasileira dos Investidores Minoritários do Grupo Bamerindus. Não é muito para os 1.200 associados. Mas é melhor do que nada.

 

62.jpg

 

 

Maiores altas da semana

 

53.jpg

 

Maiores baixas da semana

 

54.jpg

 

As 10 mais negociadas do Ibo­ves­pa

 

59.jpg

 

Desempenho das empresas por setor de atividade econômica

 

57.jpg

 

Termômetro do mercado

 

55.jpg

 

Bolsa no mundo

 

56.jpg

 

 

Educação financeira

 

O livro ?O Futuro da Economia?, do professor da Universidade de Harvard Daniel Altman, traz 12 tendências que podem transformar a economia mundial. O autor prevê mudanças radicais, como o fim da União Euro-peia,  além de prever como a China vai enriquecer e voltar a ficar pobre.  (Ed. Elsevier, 272 páginas, R$ 65).

 

61.jpg

 

 

Quem vem lá


MPX quer captar R$ 1,3 bilhão

 

A MPX Energia pretende fazer uma captação no mercado por meio da emissão de debêntures para investir em projetos no Brasil e na Colômbia. Deste total, R$ 600 milhões serão debêntures conversíveis subscritas pela BNDESPar. O GIF Gestão de Investimentos e Participações, um fundo da gestora Gávea,  do ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga e Eike Batista, controlador da MPX, vão subscrever R$ 200 milhões cada. A operação pode alcançar R$ 1,3 bilhão.  

 

64.jpg

 

Fique de olho: Os recursos serão usados no sistema integrado de mineração de carvão da MPX na Colômbia e na termoelétrica MPX Parnaíba.  

 

 

Touro x urso

 

A queda dos mercados internacionais pesou no Índice Bovespa, que caiu 3,08% entre os dias 4 e 10, semana mais curta devido ao feriado de Carnaval. A divulgação do alto déficit comercial na China e o corte no rating da Espanha pela Moody’s puxaram a queda. Na semana, destaque de queda para papéis de bancos, com baixa de 5,65% para as ações PN do Bradesco e de 5,48% para o Itaú, e para empresas ligadas a commodities, com queda de 7,13% para as ações PNA da Vale e de 2,9% para as PN da Petrobras. Entre os dias 14 e 18 de março, é esperada no Brasil a divulgação das vendas no varejo em janeiro, na terça-feira, e do IGP-10 de março, na quarta. Nos Estados Unidos, o mercado aguarda na terça-feira 15 a decisão do Federal Reserve sobre a política monetária.

 

 

Personagem

 

65.jpg

Nelson Jamel: investimento recorde em novos produtos e centros de distribuição


Ambev investe R$ 2,5 bilhões

 

Gerando mais caixa e abatendo dívidas, a Ambev está livre das amarras para aumentar seus investimentos. Depois do recorde de R$ 2 bilhões no ano passado, prevê investir R$ 2,5 bilhões em 2011. A companhia comemora elevação de 26,4% do lucro no ano passado, mas admite que os últimos meses foram mais difíceis. O principal problema é a forte alta dos preços do açúcar e de embalagens, que tiveram maior impacto sobre a margem da área de refrigerantes. Nelson Jamel, diretor financeiro e de relações com investidores da Ambev, conversou com DINHEIRO:

 

O que dirigiu o lucro em 2010?

O lucro combinou principalmente dois fatores. Primeiro, um bom resultado operacional, com crescimento no Ebitda (lucro antes de juros, impostos e depreciação). Em segundo lugar, conseguimos direcionar parte da geração de caixa para saldar dívidas. Ainda temos uma dívida de R$ 6,7 bilhões, mas ela já é menor do que os R$ 7,2 bilhões em 2009.

 

Qual divisão mais contribuiu para o crescimento?

O mercado de cervejas cresceu muito no Brasil e conseguimos aproveitar isso aumentando nosso market share. Em 2010, só no Brasil, fizemos um investimento recorde de R$ 2 bilhões, principalmente em inovações, com lançamentos de novos produtos e novas embalagens. Com tais medidas, conseguimos aproveitar o crescimento deste mercado. 

 

Houve algum fator de dificuldade durante o ano?

Nossa divisão de refrigerantes sofreu um pouco em 2010, principalmente pelo aumento no preço de commodities, como o açúcar e embalagens. A indústria como um todo está passando por este momento. O início de 2011 ainda traz sinais desse aumento de preços. 

 

58.jpg

 

Como pretendem crescer em 2011?

Nossa ideia ainda é ganhar em volume. Para isso, planejamos para este ano um investimento no Brasil de até R$ 2,5 bilhões, novamente recorde. Estamos dispostos a investir desde que tenhamos o cenário atual, principalmente no que se refere à carga tributária. Reduzir impostos é difícil, mas, se o que temos hoje for no mínimo mantido, poderemos investir.

 

Em que áreas investirão?

Em inovação dos produtos, aumento da capacidade instalada e centros de distribuição. Estamos pensando no longo prazo. Já estamos nos preparando para eventos como a Copa e a Olimpíada.

 

Quais regiões serão priorizadas?

O Brasil como um todo vai receber os nossos investimentos. Os mercados do Sul e do Sudeste são importantes, mas também enxergamos um potencial de crescimento muito grande nas regiões Norte e Nordeste. 

 

 

Pelo mundo

 

Lufthansa reverte prejuízo em 2010 – O balanço preliminar do grupo de aviação Lufthansa aponta um lucro líquido atribuível aos acionistas de ? 1,1 bilhão. Se o número for confirmado na divulgação oficial de 17 de março, significará reversão do prejuízo líquido de ? 34 milhões em 2009.

 

60.jpg

 

Os planos da ExxonMobil – A petrolífera ExxonMobil anunciou na quarta-feira 9 que pretende investir US$ 34 bilhões, em 2011, como parte de um plano de investimento anual entre US$ 33 bilhões e US$ 37 bilhões até 2015. A companhia espera um aumento de 35% na demanda global por energia até 2030, em relação a 2005.


AIG diminui dívida com EUA – A seguradora americana American International Group (AIG), do CEO Robert H. Benmosche, informou na terça-feira 8 que pagou mais US$ 6,9 bilhões ao Tesouro dos Estados Unidos como parte da dívida do programa de resgates lançado em 2008. Os recursos foram obtidos com a venda da MetLife pela companhia. Só este ano, a seguradora já devolveu US$ 36 bilhões. 

 

67.jpg

 

Com Caio Moretto, Juliana Schincariol e Lilian Sobral  

 

> Siga a DINHEIRO no Twitter