15/09/2025 - 9:23
Os economistas consultados pelo Banco Central reduziram suas estimativas para a inflação e para o dólar neste ano, mostrou boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, 15. O mercado também ajustou seus cálculos para a taxa básica de juros para o final do ano que vem após 32 semanas de manutenção.
De acordo com o boletim, os analistas preveem agora uma inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 4,83% em 2025, ante 4,85% na semana anterior, ao passo que, para o ano que vem, as projeções foram mantidas em 4,30%.
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A meta para a inflação medida pelo IPCA é de 3,00% ao ano, com banda de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
A pesquisa junto a cerca de 100 instituições financeiras apontou ainda redução na projeção para a taxa de câmbio para o fim de 2025, para R$ 5,50, ante R$ 5,55, e manutenção em 2026, com o dólar calculado em R$ 5,60.
A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020.

Selic e PIB
Na quinta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anuncia sua decisão sobre a taxa Selic, com ampla expectativa apurada em pesquisa Reuters de manutenção dos juros no patamar atual de 15%. O Focus mostrou manutenção da previsão da Selic em 15% ao final deste ano pela 12ª semana seguida, mas um ajuste nos cálculos para o ano que vem após 32 semanas de manutenção, para 12,38% agora, ante 12,50% na semana anterior.
O mercado apontou ainda manutenção na previsão de que a economia crescerá 2,16% neste ano, mas uma redução nas contas para o Produto Interno Bruto (PIB) do ano que vem, para 1,80%, ante 1,85% na semana anterior.
Déficit primário
A mediana do relatório Focus para o déficit primário do setor público consolidado em 2025 se manteve em 0,52% do Produto Interno Bruto (PIB). Um mês antes, era de 0,50%. A meta fiscal é de déficit zero nas contas do governo central este ano, com tolerância de 0,25 ponto porcentual do PIB para mais ou para menos.
O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. O resultado nominal reflete o saldo após o gasto com juros e outras despesas financeiras.
A mediana para a dívida líquida do setor público (DLSP) como proporção do PIB em 2025 se manteve em 65,80% pela 15ª semana seguida. A estimativa intermediária para 2026 passou de 70,08% para 70,10%. Quatro semanas atrás, estava em 70,10%.
Com informações da Reuters e Estadão Conteúdo