Nas últimas semanas, tem se consolidado como majoritária a expectativa de que o Federal Reserve (Fed) irá iniciar seu processo de redução de juros na próxima reunião, que acontece nos dias 16 e 17 de setembro. Na sexta-feira, 5, a possibilidade de um corte de 0,25 ponto porcentual era majoritária (85,8%), mas 14,2% dos operadores apostam em um corte maior, de 0,50 ponto.

+ Criação de emprego nos EUA enfraquece e reforça aposta de corte nos juros 

+ Ibovespa bate nova máxima com expectativa de corte de juros pelo Fed

A redução pode parecer pequena, mas qualquer mudança na política monetária dos EUA tende a provocar efeitos que vão muito além das fronteiras americanas – e pode mexer diretamente com os investimentos no Brasil.

Segundo Guilherme Almeida, head de renda fixa da Suno Research, um corte de juros pelo Fed diminui a atratividade dos títulos do Tesouro norte-americano, considerados os ativos mais seguros do mundo. “Isso abre espaço para maior fluxo de capital em direção a economias emergentes, como o Brasil”, explica.

“Existe uma maior expectativa de entrada de fluxo de capital estrangeiro em decorrência desse corte de juros. Lembrando que cerca de 60% a 70% do fluxo de negociação da bolsa de valores brasileira é proveniente de investidores estrangeiros”

Harrison Gonçalves, CFA Charterholder e membro do CFA Society Brazil, acrescenta que o efeito é global: “Com a queda do diferencial de juros nos EUA, investidores buscam oportunidades em outros mercados. Isso valoriza ativos de risco, especialmente em emergentes com perspectivas de crescimento e ativos ainda descontados”.

Renda fixa no Brasil

O impacto também pode ser sentido nos ativos de renda fixa. “Um corte de juros nos EUA amplia a margem de manobra do Banco Central brasileiro para reduzir a Selic. Isso pressiona a curva futura de juros para baixo, valorizando títulos prefixados e indexados à inflação já existentes no mercado”, afirma Almeida.

Nesse cenário, quem tem papéis de prazos mais longos pode ver ganhos adicionais. Por outro lado, aplicações pós-fixadas, como Tesouro Selic e CDBs atrelados ao CDI, tendem a perder atratividade com a queda dos rendimentos.

Leia a reportagem completa no B3 Bora Investir, parceiro do site IstoÉ Dinheiro.