Por Camila Moreira

SÃO PAULO (Reuters) – O mercado elevou a perspectiva para a inflação em 2023 pela 17ª semana seguida e passou a ver uma política monetária mais apertada no ano que vem, às vésperas de reunião de agosto do Banco Central.

A pesquisa Focus publicada nesta segunda-feira pela autoridade monetária mostrou que a estimativa para a alta do IPCA em 2023 aumentou em 0,03 ponto percentual, a 5,33%, com a previsão para o aumento dos preços administrados subindo a 7,08%, 0,02 ponto a mais do que na semana anterior.

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Diante desse cenário de inflação pressionada e acima do teto da meta, a estimativa para a Selic ao final de 2023 subiu a 11,00%, de 10,75% antes.

Essas atualizações jogam mais pressão sobre o BC dias antes da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), na quarta-feira. O mercado prevê para esse encontro aumento de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros, atualmente em 13,25%.

A perspectiva no Focus é que a Selic estacione em 13,75% até o final deste ano. A conta para a inflação em 2022 caiu pela quinta vez seguida, a 7,15%, de 7,30% no levantamento anterior, graças à perspectiva agora de deflação de 0,75% nos preços administrados. O Focus anterior apontava variação positiva de 0,01% para esses custos.

No entanto, isso é resultado dos efeitos da lei que estabelece um teto para as alíquotas de ICMS sobre os setores de combustíveis, gás, energia, comunicações e transporte coletivo, que não deverá ter impacto duradouro.

O centro da meta oficial para a inflação em 2022 é de 3,5% e para 2023 é de 3,25%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

O levantamento semanal, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, apontou que a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022 melhorou em 0,04 ponto percentual, a 1,97%. Mas, para 2023, houve redução de 0,09 ponto, a 0,40%.

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