Em sua loja de móveis de luxo, a Montenapoleone, no bairro paulistano dos Jardins, Helio Bork, é interrompido pela gerente:

? Senhor Helio, há um cliente na linha querendo comprar a BeoVision 7 da Bang & Olufsen [uma tela de 32 polegadas que custa 9 mil euros]. Há alguma disponível?

O empresário responde:

? Ainda não chegou no Brasil, só em 2006.

O diálogo aparentemente não tem nada de especial. Mas há um detalhe curioso: a loja procurada pelo cliente não comercializa produtos eletrônicos. Tem apenas mesas, poltronas, cadeiras e sofás. Mas os donos, Helio e Sandra Bork, põem nas prateleiras e vitrines muito mais do que isso. ?Vendemos design?, resume Helio. Por isso, é natural que muita gente imagine encontrar ali as aparelhagens da mítica marca dinamarquesa de som. O empresário, de 44 anos, é o representante no Brasil da Bang & Olufsen, além de comandar os negócios de grifes de móveis. O grupo fatura R$ 8 milhões por ano e tem seis lojas. São cinco da Bang & Olufsen e uma da Montenapoleone. No próximo dia 25 de outubro, eles abrirão um outro negócio. É primeira loja própria da Kartell, renomada marca italiana de mobiliário de plástico, no País. É um passo adiante na já reputada imagem dos Bork como embaladores de sonhos.

 

Os móveis da Kartell, diferente das peças da Montenapoleone e da Bang & Olufsen, estão no segmento do luxo acessível. O segredo? A marca convida designers famosos como o francês Philippe Starck para dar formas aos objetos de plástico. Com isso, cadeiras assinadas por ele chegam a custar R$ 700,00. ?Elas servem tanto para ocasiões formais como para festas descontraídas?, diz Bya Barros, arquiteta de interiores. Outros especialistas observam a marca com cautela. ?Os móveis da Kartell são práticos?, diz o arquiteto João Armentano. ?Mas, por serem de plástico, não são para a vida toda?. Como diria Vinicius, são eternos enquanto duram ? o que já é bastante.