30/11/2005 - 8:00
O banco já existe, mas pouca gente o conhece. E muitos dos que conhecem travam a língua ao pronunciar seu nome. Esta tem sido a sina do Banco DaimlerChrysler, ligado ao grupo automobilístico germano-americano, em seus sete anos no Brasil. Mas a persistente crise de identidade está com os dias contados. Em um movimento inédito dentro da corporação, a instituição está adotando no País a marca Banco Mercedes-Benz. Responsável pela intermediação financeira de pelo menos 40% das vendas da montadora no Brasil, a subsidiária local do banco foi a primeira do mundo a conseguir autorização da matriz para exibir sua grife mais tradicional ? uma marca avaliada em US$ 21,37 bilhões. Não será a única. A estratégia brasileira virou referência no grupo e, a partir do próximo ano, os Estados Unidos também terão um Banco Mercedes.
Obter o aval para a troca do nome não foi tarefa fácil. O presidente do banco no Brasil, Michael Kempa, iniciou o processo de consultas há nove meses. O projeto teve de ser aprovado primeiro no Brasil, depois nos Estados Unidos e por último na Alemanha. Em seguida, vieram as negociações com a Mercedes-Benz. Por fim, foi preciso aprovação do Banco Central. ?Deixamos um nome longo e de difícil pronúncia para ganhar a fama?, comemora Kempa.
?O bom desempenho no Brasil foi decisivo para convencer a matriz?, observa Xavier Accariès, diretor comercial do banco. De janeiro a outubro deste ano, a carteira de financiamentos do banco cresceu 38%, chegando aos R$ 2,5 bilhões. Os novos negócios fechados ficaram em R$ 1,6 bilhão, o que representa um avanço de 10% em relação ao mesmo período do ano passado. O crescimento, porém, esbarrava na dificuldade de estreitar relações com os clientes, atribuída em parte ao nome indigesto. Pesquisa realizada pelo Instituto Gallup revelou que 23% dos compradores de veículos Mercedes desconheciam a instituição. Na hora de renovar o contrato, este detalhe se transformava numa ameaça. ?Com toda a disputa entre os bancos para conceder mais crédito, a instituição mais lembrada é a primeira a ser procurada?, observa o consultor José Roberto Martins, da Global Brands.
Além de um novo nome, o banco está apresentando novos serviços. Os grandes clientes, com financiamentos acima de R$ 6 milhões, terão um sistema exclusivo de análise de risco. Outros, com movimentação de pelo menos R$ 400 mil, precisarão de menos tempo para a liberação dos recursos. O lançamento do Banco Mercedes está previsto para janeiro. 
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US$ 21,37 bilhões é o valor da marca Mercedes-Benz. Inspirada na estratégia brasileira, DaimlerChrysler vai usá-la também em seu banco nos EUA |
