Os trabalhadores da Mercedes-Benz aprovaram o acordo, negociado entre montadora e sindicato, de suspensão dos contratos de trabalho, o chamado layoff, de aproximadamente 1,2 mil funcionários da fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC paulista. Como anunciado na semana passada, a produção de caminhões da montadora será reduzida a um turno por dois a três meses a partir de maio.

Durante o período do layoff, os trabalhadores recebem até R$ 2,23 mil do governo, em recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Se necessário, a montadora vai complementar o pagamento para que os funcionários suspensos recebam 100% do salário líquido, segundo o sindicato.

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A medida visa evitar demissões nos momentos em que as empresas precisam cortar a produção. A fábrica da Mercedes-Benz no ABC emprega cerca de 8 mil pessoas, sendo 6 mil na produção.

Na quarta-feira da semana passada, quando anunciou a suspensão de um dos dois turnos de produção, a Mercedes-Benz explicou que já esperava uma redução do mercado após a antecipação de compras estimulada pelo aperto dos limites de emissões na virada do ano. Com a mudança de tecnologia necessária para tornar os caminhões menos poluentes, os veículos de carga ficaram mais caros. Porém, segundo a Mercedes, a demanda se mostrou, desde janeiro, ainda menor do que a expectativa. A montadora apontou os juros elevados e as restrições de oferta de crédito como os motivos da redução das encomendas.

Antes de diminuir a produção de caminhões a um único turno, a Mercedes deu no início do mês férias coletivas a 300 trabalhadores e reduziu a jornada semanal de trabalho a depender da necessidade de cada área.