Os países do Mercosul querem buscar mecanismos que permitam que os membros do bloco negociem acordos comerciais fora do grupo, afirmou nesta terça-feira o chanceler uruguaio, Rodolfo Nin Novoa.

“O Uruguai realizou consultas com todos os países integrantes do Mercosul, e teve dificuldades com alguns, mas há consenso, há acordo para trabalhar uma proposta nesse sentido”, explicou Nin Novoa em coletiva de imprensa na sede da chancelaria uruguaia.

O objetivo, argumentou, é que o Mercosul se incorpore aos grandes fluxos comerciais do mundo. Para isso, o chanceler acredita que os países-membros precisam buscar novos acordos comerciais.

“Brasil, Paraguai e Uruguai estão nessa sintonia”, disse. “Estamos em um bom caminho nessa direção”, confirmou.

O governo de Tabaré Vázquez, que assumiu em 1º de março, busca flexibilizar o bloco regional que impede que seus sócios (Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela) negociem tratados comerciais sem a anuência dos demais.

Mesmo para acordos negociados em bloco, o Mercosul demonstrou fracasso: as negociações para um tratado de livre-comércio com a União Europeia, por exemplo, estão travadas há dez anos.

Brasil e Uruguai querem que o acordo avance, em um momento em que o Mercosul registra uma deterioração em seus volumes de comércio. A Argentina, no entanto, não parece querer concluir o acordo com a UE.

A posição do Brasil tem sofrido mudanças significativas no atual contexto de dificuldades econômicas para a maior economia latino-americana.

Na semana passada, durante uma apresentação no Congresso, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, deixou claras as intenções do Brasil de mudar sua postura tradicional e buscar acordos bilaterais além do Mercosul.