16/07/2015 - 22:48
O Mercosul buscará promover seu comércio através de um “plano de ação” adotado nesta quinta-feira pelos chanceleres do bloco, em um processo que revisará as barreiras que entorpecem atualmente o intercâmbio interno.
A proposta foi apresentada pelos chanceleres de Paraguai e Uruguai, Eladio Loizaga e Rodolfo Nin Novoa, após a reunião prévia à cúpula do Bloco, nesta sexta-feira.
“Vamos fazer um levantamento de quais são essas barreiras que, de alguma forma, dificultam o comércio interno do Mercosul. É um ‘Plano de Ação’ que colocará sobre a mesa o estado atual dessas normas tarifárias e não tarifárias”, explicou o chanceler.
“Há medidas, como a necessidade de contar com licenças de exportação, e queremos que isso seja superado, porque não beneficia ninguém. Temos de crescer juntos no Mercosul e nos preparar para os desafios que vamos ter”, enfatizou.
A proposta foi aceita pelos representantes dos demais países e será executada ao longo do segundo semestre deste ano. No final de 2015, será possível saber que medidas serão ou não eliminadas, explicou um diplomata brasileiro, acrescentando que “o Brasil tem muito interesse”.
Segundo Loizada, esses desafios estão relacionados, em parte, com a eventual troca de propostas no final desse ano com a União Europeia para a criação de uma área de livre-comércio. Essa negociação começou em 1999 e ainda não concretizou esse primeiro passo.
Para o ministro, o fato de os países do bloco enfrentarem “processos econômicos difíceis” faz que Paraguai e Uruguai – os sócios menores, que integram o Mercosul com Brasil, Argentina e Venezuela – levem a proposta desse plano adiante.
“Precisamos de comércio intra Mercosul sólido e, sobretudo, da integração das cadeias produtivas que temos e que dão maior competitividade dentro e fora do Mercosul”, frisou o ministro.
Diante da perspectiva de intercâmbio com a UE, o encontro semestral do Mercosul foi antecedido por pedidos incomuns, liderados por Brasil e Uruguai, para que haja uma maior abertura e flexibilidade na união aduaneira, que tem poucos acordos comerciais com o restante do mundo.
Um diplomata brasileiro assinalou que o Mercosul quer promover novos acordos comerciais e aumentar sua cooperação com a Aliança do Pacífico.
Além da anfitriã, Dilma Rousseff, são esperados Cristina Kirchner, da Argentina, Horacio Cartes, do Paraguai, Tabaré Vázquez, do Uruguai, e Nicolás Maduro, da Venezuela, para a cúpula de sexta-feira.
Também está prevista a participação do presidente da Bolívia, Evo Morales, para selar formalmente a entrada de seu país como membro pleno do bloco, que representa mais de 70% da população e do PIB da região, segundo dados do Itamaraty.
O encontro terá ainda a participação de representantes dos estados associados ao Mercosul: Chile, Colômbia, Equador, Peru, Guiana e Suriname.