A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e o presidente da França, François Hollande, acusaram nesta sexta-feira, 7, o líder sírio, Bashar Assad, de carregar “sozinho a responsabilidade” pelo ataque com armas químicas de terça-feira e pelo subsequente bombardeio americano.

Em comunicado conjunto divulgado depois de ambos conversarem por telefone, os líderes culparam Assad, pelo “massacre com armas químicas do dia 4 de abril” na população síria em Khan Shikhoun, onde morreram cerca de 80 pessoas, entre elas várias mulheres e crianças.

Além disso, eles responsabilizaram o líder sírio pela reação americana, em referência ao bombardeio, na madrugada desta sexta-feira, da base aérea de Shayrat. “Seu reiterado uso de armas químicas e seus crimes contra seu próprio povo exigem sanções, como as que França e Alemanha mantém desde 2013, após o massacre de Ghouta”, afirmam os dois líderes.

Merkel e Hollande também pediram que comunidade internacional prossiga com seus esforços para conseguir uma transição política na Síria, depois do ataque com mísseis realizado pelos EUA. “Alemanha e França pedem para a comunidade internacional que respaldem a resolução 2254 do Conselho de Segurança da ONU e o comunicado de Genebra”, afirmam.

Ambos textos defendem a busca para uma solução política na Síria, onde acabem as hostilidades e se forme um governo de transição no país, antes de dar passagem para as eleições, objetivos das conversas de Genebra, que fizeram pouco progresso nos últimos meses.

Além disso, os dois líderes mostraram sua disposição a “prosseguir com seus esforços” com seus parceiros e no âmbito da ONU para que o presidente sírio “assuma sua responsabilidade por seus atos criminosos”.

O gabinete da primeira-ministra britânica, Theresa May, também reagiu ao ataque e disse ter sido informado com antecedência pelos EUA sobre a decisão de bombardear a base síria. Londres apoiou a decisão, considerada uma “resposta apropriada ao bárbaro ataque com armas químicas lançado pelo regime sírio” e afirmou que a medida tem como objetivo “deter futuros ataques (de Assad)”.

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, também concordou com a avaliação de Merkel, Hollande e May, e ressaltou que Assad “tem total responsabilidade” pelos ataques dos Estados Unidos contra uma base aérea na Síria. “O governo sírio tem total responsabilidade por essa consequência”, disse Stoltenberg em comunicado.

“Qualquer uso de armas químicas é inaceitável, não pode ficar sem resposta, e os responsáveis devem ser responsabilizados”, disse Stoltenberg, que foi informado com antecedência pelo secretário da Defesa dos EUA sobre a decisão tomada por Washington.

Já o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, disse que o ataque americano mostra a postura determinada do Ocidente contra ataques químicos. “A intervenção militar dos Estados Unidos mostra uma determinação necessária contra os violentos ataques químicos. A União Europeia vai trabalhar com os EUA para acabar com a brutalidade na Síria”, escreveu Tusk em sua conta no Twitter.