Por Michael S. Derby

(Reuters) – A presidente do Federal Reserve de Cleveland, Loretta Mester, disse nesta quinta-feira que a inflação continua muito alta e se mostrou aberta a aumentar os juros mais do que seus colegas queriam na última reunião de política monetária.

O Fed “percorreu um caminho apreciável para trazer a política monetária de uma postura muito acomodativa para uma restritiva, mas acredito que temos mais trabalho a fazer”, disse Mester em um discurso. “Nesta conjuntura, os dados recebidos não mudaram minha visão de que precisaremos elevar a taxa de juros acima de 5% e mantê-la assim por algum tempo para ser suficientemente restritiva a fim de garantir que a inflação esteja em um caminho sustentável de volta a 2%,” disse ela.

Quando as autoridades do Fed se reuniram no início do mês para deliberar sobre a política de juros, moderaram o ritmo do que havia sido uma série de aumentos e elevaram sua taxa básica em 0,25 ponto percentual, para entre 4,5% e 4,75%. O Fed sinalizou que mais altas virão para ajudar a reduzir os níveis altos da inflação de volta à meta de 2%.

Mester, que não tem direito a voto no Comitê Federal de Mercado Aberto este ano, disse que teria estado aberta a um aumento maior da taxa no encontro. “Deixando de lado o que os participantes do mercado financeiro esperavam que fizéssemos, vi um argumento econômico convincente para um aumento de 50 pontos-base, o que teria levado o topo da meta para 5%”, disse ela.

Algumas outras autoridades do Fed disseram em comentários recentes que concordam com aumentos menores dos juros, à medida que avançam em direção a um ponto de parada incerto para a campanha de altas. Mas dados recentes mostrando que a inflação não moderou tanto quanto se esperava no início do ano aumentaram a perspectiva de que o Fed pode ter de ser mais agressivo ao longo do tempo.

“É uma boa notícia ver alguma moderação nas leituras de inflação desde o verão (no Hemisfério Norte) passado, mas o nível de inflação é importante e ainda é muito alto”, disse Mester. Os dados do índice de preços ao consumidor de janeiro, divulgados no início desta semana, “mostraram um salto na taxa mensal de inflação geral e nenhuma melhora na inflação subjacente” e forneceram “um alerta” para aqueles que acreditavam que a inflação está voltando rapidamente para 2%.

Mester disse que continua a “ver os riscos para a previsão de inflação como inclinados para cima por uma série de razões”. Ela também disse que “a transição de volta à estabilidade de preços levará algum tempo e não será isenta de dores”.

(Reportagem de Michael S. Derby)

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