A Meta, empresa de tecnologia de Mark Zuckerberg, incluiu um “Aviso de Privacidade de Rastreamento Ocular” no novo headset de realidade virtual, o Meta Quest Pro. A cláusula foi anunciada na semana passada e permitirá ao dispositivo usar câmeras para fazer uma estimativa da direção do olhar do usuário para “personalizar as experiências” e aprimorar o aparelho.

Ainda que não especifique o tópico na central de Ajuda sobre o aparelho, é provável que a tecnologia seja usada também para personalizar anúncios dentro do metaverso. Irá rastrear os que tiverem mais interesse do público, que permanecerem mais tempo sob olhar do consumidor.

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A Meta ainda informou que irá colocar um olho como ícone em aplicativos compatíveis com o rastreamento ocular, antes que o usuário faça o download ou a compra. Caso o acesso seja permitido, o aplicativo receberá os dados capturados pelo olhar em tempo real, enquanto o usuário estiver usando o Meta Quest Pro.

O usuário poderá tanto habilitar quanto desabilitar esse rastreamento ocular. Entretanto, é pouco provável que seja deixado de lado durante o uso do óculos VR, uma vez que sua função principal, de acordo com a Meta, é tornar o contato visual e as expressões faciais do avatar mais naturais durante interações virtuais com outros usuários.

“O rastreamento ocular também pode ser usado como fonte de informações (parecida com o rastreamento das mãos, ou seja, você pode interagir com um conteúdo virtual com base no local para onde está olhando. O rastreamento ocular não é usado para identificar você. Você pode ativar e desativar o rastreamento ocular nas configurações e controlar quais apps podem acessar esse recurso no headset Meta Quest Pro”, diz a Meta em comunicado.

Deve-se considerar também que o rastreamento ocular permitirá que o usuário interaja com conteúdos virtuais com base no local para onde está olhando.

De acordo com a Meta, caso o usuário opte por habilitar o rastreamento ocular no headset em um app específico, o software do Quest Pro analisará imagens infravermelhas dos seus olhos, chamados de “dados brutos de imagem”. Dessa forma, o dispositivo criará uma estimativa de onde está o olhar do usuário durante o uso do VR, captando o que chamam de “dados abstraídos do olhar”.

“Essa estimativa é feita em tempo real no dispositivo conforme os olhos se movimentam. Os dados brutos de imagem são excluídos do headset após a geração dos dados abstraídos do olhar. Os dados abstraídos do olhar são continuamente gerados e atualizados em tempo real porque são usados para o fornecimento desse recurso”, informa Meta.

A Meta afirma que é possível calibrar o olhar para dar uma maior precisão ao uso, principalmente aos usuários que possuem algum problema de visão. Segundo a empresa,  “dados de calibração permitem que o software corrija óculos, lentes de contato e imprecisões gerais do software”, para cada olho. E afirma que esses dados não são compartilhados com os aplicativos e ficam armazenados apenas no headset e podem ser excluídos a qualquer momento.

“Se você habilitar o rastreamento ocular no dispositivo e usar um app disponível na Loja do Meta Quest ou no App Lab e que precisa do rastreamento ocular, receberá uma solicitação na VR para tornar os dados do rastreamento ocular acessíveis a esse app. Você pode escolher não permitir o acesso. Se você permitir o acesso, o app receberá seus dados abstraídos do olhar em tempo real enquanto você estiver nele. Os dados brutos de imagem e os dados de calibração não são compartilhados com apps, mesmo que você permita o acesso aos dados do rastreamento ocular. Se você compartilhar seus dados com um app oferecido pela Meta, o app usará os dados abstraídos do olhar em conformidade com este aviso e com a política de privacidade, encerra a empresa.