A Meta deve fortalecer seus produtos de realidade aumentada com novos óculos inteligentes que devem ser exibidos no evento anual Connect, da companhia, na quarta-feira.

A empresa dona do WhatsApp, Instagram e Facebook deve fazer com que o presidente-executivo, Mark Zuckerberg, revele os primeiros óculos inteligentes de consumo da Meta equipados com uma tela integrada, um dispositivo que os analistas previram que será vendido no varejo por cerca de US$800.

Com o codinome interno “Hypernova”, os óculos devem ser lançados com a marca “Celeste”, segundo analistas, e têm uma pequena tela digital na lente direita para funções básicas, como notificações.

Os novos óculos são o mais recente esforço do dispositivo Meta para se manter relevante na corrida da inteligência artificial, onde está ficando atrás de rivais como OpenAI e Google, mas analistas afirmaram que o preço elevado do pode evitar compradores.

O produto provavelmente será muito menos avançado do que o protótipo “Orion” que a Meta apresentou no evento do ano passado, um dispositivo que Zuckerberg chamou de “a máquina do tempo para o futuro”. A empresa não comentou o assunto.

A Meta, que espera lançar o Orion em 2027, oferece atualmente duas linhas de óculos – em colaboração com a Ray Ban e a Oakley. Os dispositivos incorporam recursos de inteligência artificial, câmeras, controle por gestos e transmissão ao vivo para as plataformas de mídia social da Meta.

Zuckerberg, que investiu mais de US$ 60 bilhões desde 2020 na unidade de realidade aumentada da Meta, disse que os óculos inteligentes serão o principal canal da ewmpresa para integrar a superinteligência – um conceito hipotético em que a IA supera a inteligência humana de todas as formas possíveis – na vida cotidiana dos seres humanos.

No esforço para recuperar o atraso em IA, Zuckerberg desencadeou uma guerra de talentos de bilhões de dólares, caçando pesquisadores rivais.

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Qual o preço dos óculos inteligentes?

Na conferência Connect, de dois dias, a Meta também deve lançar a pulseira primeira da empresa que permite que os usuários controlem os óculos com gestos de mão. A expectativa é que a empresa apresente uma linha Ray-Ban atualizada com câmeras e baterias melhores e que ofereça suporte a novos recursos de IA, segundo analistas.

A Meta é uma rara empresa de tecnologia a ganhar força no mercado de óculos inteligentes, vendendo cerca de 2 milhões de pares da linha Ray-Ban que fabrica com a EssilorLuxottica desde 2023, em um mercado em que apostas rivais como o Google Glasses tiveram dificuldades. Mas o produto acumulou bilhões em prejuízos.

A CNBC informou que os óculos Hypernova podem apresentar a marca Prada, já que a grife italiana é conhecida por suas armas e braços grossos que poderiam abrigar muitos dos componentes necessários para os novos recursos do dispositivo. A Prada não comentou o assunto.

Ainda assim, os analistas afirmaram que o preço esperado de US$ 800 para os óculos – muito mais alto do que o preço inicial de US$ 299 da linha Ray-Ban e de US$ 399 dos óculos mais esportivos da Oakley – significará que o dispositivo terá uma participação insignificante no mercado.

“Esses óculos serão um pouco volumosos… não é o design mais amigável para o consumidor. Também serão muito caros. Portanto, os volumes serão bastante baixos”, disse Jitesh Ubrani, gerente de pesquisa do rastreador mundial de dispositivos móveis da International Data Corp.

Ubrani estimou que o dispositivo venderá “algumas centenas de milhares de unidades, no máximo”, mas poderá ajudar a atrair mais desenvolvedores para criar aplicativos para ele. “Esse é um passo para, eventualmente, construir um headset muito melhor para o mercado de massa.”

Como parte dos esforços para atrair desenvolvedores, o mercado espera que a Meta também abra seus óculos inteligentes para desenvolvedores terceiros com um novo kit de software.