Esqueça a ideia de que o metabolismo se torna mais lento à medida que envelhecemos, o que geraria os quilinhos a mais com o passar dos anos. Estudo publicado nesta sexta (13/8) na revista científica Science mostra que dos 20 aos 60 anos o gasto energético não varia muito.

Os pesquisadores descobriram que o metabolismo atinge o pico por volta de 1 ano de idade, quando os bebês queimam calorias 50% mais rápido do que os adultos. A partir daí, a taxa diminui anualmente cerca de 3% até por volta dos 20 anos.

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Em pessoas acima de 60 anos, o metabolismo começa a diminuir novamente, de forma lenta, menos de 1% ao ano.

Para descobrir o impacto da idade na queima de calorias, os cientistas ajustaram fatores como tamanho do corpo (pessoas maiores queimam mais calorias) e massa muscular (músculos queimam mais calorias).

“A taxa metabólica é realmente estável durante toda a vida adulta, dos 20 aos 60 anos. Não verificamos nenhum efeito da menopausa. As pessoas dizem ‘quando cheguei aos 30 anos, meu metabolismo desmoronou’. Não vemos nenhuma evidência disso”, comenta o pesquisador Herman Pontzer, da Universidade de Duke, nos EUA, um dos autores do estudo, citado pela emissora americana NBC News.

Os cientistas avaliaram dados de mais de 6.400 pessoas, com idades entre 8 dias e 95 anos, de 29 países, que participaram de um teste chamado “água duplamente marcada”. Nele, os indivíduos bebem água na qual parte do hidrogênio e do oxigênio foram substituídos por isótopos que podem ser rastreados na urina.

“Calculando quanto hidrogênio e oxigênio você perde por dia, podemos saber quanto dióxido de carbono seu corpo produz diariamente. E essa é uma medida muito precisa de quantas calorias são queimadas todos os dias, porque não se pode queimar calorias sem produzir dióxido de carbono”, explica Pontzer à emissora.

Os pesquisadores analisaram o gasto energético diário total médio, que inclui as calorias que queimamos fazendo todo tipo de atividade, desde respirar e digerir alimentos até pensar e movimentar o corpo.

Segundo a NBC News, os resultados não mostraram que as taxas metabólicas aumentaram durante a adolescência ou gravidez, como é de se esperar, ou que houve diferenças específicas entre homens e mulheres após levar em conta o tamanho e a composição dos corpos.