13/04/2005 - 7:00
Quem tem mais de 30 anos deve se lembrar de um senhor esguio e simpático que até meados da década de 80 dava aulas de inglês na televisão. O personagem em questão se chama Richard Hugh Fisk e faz parte da história do ensino de idiomas no País. Ele desembarcou por aqui em 1950, para visitar o irmão Leonard que trabalhava no Consulado dos Estados Unidos em São Paulo, e nunca mais voltou. ?Foi amor à primeira vista?, garante Richard Fisk. De lá para cá muita coisa mudou. Richard virou Mr. Fisk, se naturalizou brasileiro e transformou uma pequena escola instalada em um sobrado alugado no bairro da Bela Vista (região central da cidade) em uma verdadeira potência. São 920 unidades (entre próprias e franqueadas com as bandeiras Fisk e Pink&Blue Freedom) espalhadas por todos os Estados brasileiros, além de filiais no Paraguai, Argentina e Japão. Hoje, aos 83 anos, quando poderia estar desfrutando uma gorda aposentadoria, Mr. Fisk se mostra mais ativo do que nunca. Já anunciou, por exemplo, que sua rede vai atravessar a Cordilheira dos Andes e fincar bandeira na capital chilena, Santiago, até o final deste ano. Só não definiu se a operação será por meio de franquia ou com unidades próprias.
Tem mais. Para fortalecer a posição de liderança, o empresário mandou duplicar o ritmo de abertura de novas escolas. Serão 50 por ano no período 2005-2007. Com os planos de expansão nos mercados interno e externo, o faturamento deverá subir em 2005 para R$ 50 milhões, 16% maior em relação a 2004. ?Tenho que continuar investindo e fazendo planos para manter a força da rede?, afirma Mr. Fisk. Apesar da postura arrojada, ele sempre contou com uma mãozinha do destino para crescer. Formado em relações internacionais, acabou se tornando professor de inglês da rede Yázigi para poder bancar a estada no Brasil. A sorte começou a mudar em 1951, quando foi escalado para apresentar o primeiro curso de idiomas da televisão, na extinta TV Tupi. A experiência durou oito meses. Voltou à telinha em 1959, dessa vez para promover sua própria escola, permanecendo no ar por longos 25 anos. Seu método de ensino ? fortemente baseado em conversação, um grande diferencial para a época ? chamou a atenção de empreendedores de vários cantos do País. Nascia aí o sistema de franquia. ?Troquei o sonho da carreira diplomática pelo desafio de tentar a sorte no Brasil?, conta. E pelo visto não se arrependeu.
R$ 50 milhões É a previsão de faturamento do grupo, que
inclui as bandeiras Fisk e PBF, em 2005