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?Fundos são Oportunidade para garantir a faculdade dos filhos ou a aposentadoria?,
diz Henrique Arentz (ao lado), diretor da Brasil Timber
 

A Amazônia, maior reserva natural do mundo, está perdendo seguidores. Ela está sendo preterida por terras em São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Mato Grosso, que estão desmatadas e precisam renascer. O reflorestamento de áreas nesses Estados atrai grandes aplicadores para os fundos de investimento florestais. Nos EUA, esses fundos captaram R$ 81 bilhões (US$ 45 bilhões) para a reconstrução verde. Embora novatos no Brasil, já atraíram R$ 3,6 bilhões. Os ganhos não são imediatos e é preciso esperar pelo menos sete anos para o corte das árvores. É justamente o longo prazo e a oportunidade de diversificação de carteira que têm atraído gestoras brasileiras de ativos. Elas estão plantando para colher rentabilidade.

A Claritas Investimentos e a Brasil Timber lançarão novos fundos, enquanto a Global Equity fará sua estreia ainda no primeiro trimestre. O modelo a ser seguido pela Global Equity deve ser o mesmo que a Global Forest Partners, gestora americana de recursos para florestas, introduziu no Brasil em 2001. Naquele período, a GFP, que hoje administra US$ 2,1 bilhões em todo o mundo, adquiriu 60 mil hectares no Paraná para o cultivo de pínus, mais conhecido como pinheiro. Formou-se uma área sustentável que vende sua produção para a fabricação de celulose e papel. Além dele, o eucalipto é o principal cultivo em Minas Gerais, onde é utilizado como fonte de carvão vegetal.

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Os fundos florestais são considerados uma atividade ecológica, sustentada e economicamente viável, o que atrai investidores ávidos por ganhos e, por que não, preocupados com a sustentabilidade. ?O mundo se transformou depois da crise e os investidores estão em busca de consistência para aplicar seus recursos?, diz Ricardo Moura, sócio do Grupo Plantar, prestadora de serviço que monta a floresta para os fundos. O horizonte de investimento dessa aplicação, que pode chegar a 20 anos, atrai aqueles que pensam no longo prazo. ?É uma oportunidade para garantir a faculdade dos filhos ou a aposentadoria?, afirma Henrique Arentz, diretor de novos investimentos da Brasil Timber. A rentabilidade, que vem a partir do sétimo ano, varia entre 12% e 15% ao ano para os fundos que arrendam a terra e entre 10% e 13% para aqueles que trabalham com a terra própria. As receitas podem vir da venda da madeira, venda da terra no fim do projeto (no caso dos fundos que possuem os terrenos) ou da utilização de áreas marginais para outras culturas. ?A floresta no Brasil está na moda e aqui é um dos lugares mais produtivos para este tipo de manejo?, diz Marcelo Sales, da Claritas Investimentos. Em geral, o plantio já é atrelado à garantia de compra de empresas, como indústrias de celulose, mas florestas estão sujeitas a riscos como pragas e incêndios. Por isso, a popularização exige cuidado. ?Nos próximos seis meses  vamos definir se vale a pena oferecer para um público maior?, diz Arentz, da Brasil Timber. Para o pequeno investidor, esperar sete anos para ver o retorno é um empecilho. Mas é só com um número maior de pessoas que se cria o mercado secundário para a negociação das cotas.