19/03/2010 - 9:00
Todo mundo conhece Paris e sua famosa Torre Eiffel, mas poucos sabem que uma pequena cidade do México tem sua igreja Eiffel: Santa Rosalia, criada por franceses no final do século XIX na península de Baixa Califórnia, na costa do Mar de Cortés.
É ali, onde o deserto de cactus encontra o mar, onde foram descobertos importantes filões de cobre a partir de 1865.
“Uma companhia mineira francesa obteve em 7 de julho de 1885 a permissão de exploração com o compromisso de empregar mexicanos e de construir uma cidade, um porto e infraestruturas públicas, e foi assim que nasceu Santa Rosalía, atualmente com 20.000 habitantes”, explicou à AFP Ricardo Mata Geraldo, diretor do escritório local de Turismo.
“A companhia foi chamada de El Boleo, ou jogo com bola, já que o cobre aparecia em uma ganga (matéria mineral rochosa ou terrosa inútil, que surge junto com minério metálico ou outros minérios valiosos de um filão ou jazida) em formato mais ou menos esférico”, declarou.
Cidades pressupõem igrejas, especialmente em um país tão católico como o México.
Talvez as mulheres dos engenheiros da companhia El Boleo quisessem um lugar de culto inusual, já que foi em Bruxelas que compraram uma igreja de metal desarmada que havia chegado à capital belga proveniente de uma exposição em 1889 ocorrida em Paris. Concebida por Gustave Eiffel, foi exposta perto da revolucionária Torre.
A igreja, transportada de barco, foi reconstruída em 1897 em Santa Rosalia e se converteu em uma das principais atrações turísticas da cidade, apesar de não ser a única.
Santa Rosalia mantém, de fato, o cenário um pouco modificado do que os franceses fizeram e conservaram até 1954, quando fecharam a mina e abandonaram a cidade.
A prefeitura e o Correio estão instalados em edifícios de época, construídos em madeira com uma arquitetura colonial que lembra a de Guadalupe ou Martinica, com suas galerias cobertas por pequenos telhados.
E nas zonas mais altas da cidade, permanecem os edifícios administrativos da antiga companhia francesa, convertidos em museu e em um hotel de estilo francês famoso por sua atmosfera de “fim de século XIX”.
Ao redor mantêm-se as antigas casas dos hierarcas de El Boleo, também de época.
É ali onde vive atualmente Michel F. Shaw, diretor da “nova Boleo”, como é conhecida no local a sociedade “Mineira Boleo”, que propôs relançar a extração local de cobre.
Mas a “nova Boleo” já não tem nada de francesa: trata-se de uma empresa canadense, enquanto Michel F. Shar é americano.
gv/aic/lb