21/02/2025 - 12:47
O tenente-coronel Mauro Cid disse que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro “quase pirou” e “entrou em pânico” quando viu a mudança da família ser retirada do Palácio da Alvorada, em dezembro de 2022. “Mas aí é muito mais desespero de mulher”, completou o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A declaração está em um dos vídeos dos depoimentos prestados por Cid à Polícia Federal (PF) como parte de seu acordo de delação premiada. No momento, ele listava pessoas que faziam parte de uma ala mais radical em torno de Bolsonaro e o incentivavam a tentar um golpe de Estado.
“A própria primeira-dama, mas aí é muito mais desespero de mulher, quando ela viu a mudança dela saindo ela quase pirou, entrou em pânico. Ela falava que a gente ‘tinha que fazer alguma coisa, tinha que fazer alguma coisa'”, contou Mauro Cid em depoimento à PF.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, também foi mencionado como um dos membros do núcleo mais radical. “Mas aí era estanque, chegava, falava e ia embora. Voltava dois, três dias depois”, pontuou Cid sobre a forma como Eduardo abordava o pai sobre o assunto.
Foram citados ainda o ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni; o senador Jorge Seif (PL-SC); o ex-ministro do Turismo, Gilson Machado; e o general da reserva Mario Fernandes.
O ex-presidente Jair Bolsonaro e o general Mario Fernandes fazem parte da lista de 34 pessoas denunciadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por tentativa de golpe de Estado. Bolsonaro é apontado como líder da organização criminosa que teria planejado o golpe. Defesa do ex-presidente classificou denúncia como “precária” e “inepta”.