Há exatos 85 anos, Mickey Mouse tocava músicas e descascava batatas dentro de um pequeno barco. O simpático rato, que é o símbolo mais conhecido da Walt Disney, estreava com sua companheira Minnie em ?Steamboat Willie?, o primeiro desenho a ter som sincronizado com imagens. O valor do curta, de US$ 2,5 mil, soa irrelevante se comparado com os números  que o mascote alcançou e que ajudou, e muito, a gigante do entretenimento a atingir um faturamento de US$ 45 bilhões no último ano fiscal.

 

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Primeira aparição de Mickey ocorreu em “Steamboat Willie” (foto), curta de 7 minutos que custou US$ 2,5 mil

 

Apesar de não estar envolvido em grandes produções, como os recentes Universidades dos Monstros e Aviões, com cifras de US$ 270 milhões e US$ 50 milhões, respectivamente, o ratinho ainda tem a preferência dos consumidores quando o assunto é produtos licenciados. Em 2008, o Mickey representava 40% do total das vendas da Disney. Hoje, com um faturamento de US$ 3,5 bilhões apenas nesse setor, o número pode ser até maior. ?Arrisco que metade do valor é referente ao Mickey, diretamente ou indiretamente?, Pedro Daniel, especialista em marketing da consultoria BDO Brazil.  ?O Mickey ainda é o principal produto da companhia.?

 

No Brasil, o rato também continua fazendo sucesso. Segundo a Long Jump, licenciadora dos produtos de pelúcia da Disney no País, o Mickey e a sua turma ainda dominam o gosto da nova e velha guarda. ?Existe muita procura pelos personagens de filmes novos, mas não se sustenta por muito tempo?, diz Vagner Lefort, presidente da Long Jump. ?Eles vão morrendo, enquanto o Mickey se mantém.?

 

A turma formada pelo casal de ratos, o Pato Donald, Margarida e Pateta são responsáveis por 40% das vendas da empresa de Lefort. Desse total, um em cada quatro pelúcias vendidas é do próprio Mickey ou da Minnie. ?A simpatia e a sagacidade que eles transmitem são eternas?, diz o empresário.

 

Esse lucro todo não é só motivo de comemoração para a Disney. Na teoria, a empresa criada pelo desenhista Walt Disney perderia os direitos de exploração da imagem do seu mascote em 1998, em seu aniversário de 70 anos. A ?lei Mickey Mouse?, no entanto, impediu que essa mudança ocorresse na época e o domínio público foi adiado para 2018. ?A figura do Mickey sempre estará relacionada à Disney?, afirma Daniel, da BDO Brazil. ?Mas o impacto financeiro do domínio público para a Disney seria bem grande.?

 

Enquanto isso não ocorre, a companhia continua criando produtos para faturar com a imagem do personagem. Para comemorar os atuais 85 anos do Mickey, a Disney promove a sua volta às telonas com ?Hora de viajar!?, um curta com estética similar ao ?Steamboat Willie.? No Brasil, o lançamento é esperado para o dia 3 de janeiro, como um anexo do filme ?Frozen: Uma aventura congelante?. 

 

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