A taxação das gigantes da tecnologia é hoje um dos assuntos mais em voga na comunidade internacional. Quem tomou o primeiro passo foi a OCDE, que definiu 2020 como o ano chave para definir como lidar com empresas cujos valores de mercado já atingiram a casa do trilhão.

Porém na outra ponta estão big tech que se mostram conscientes do dinheiro que não pagam, e que começam a se movimentar em direção a uma maior equidade de distribuição de dinheiro. Caso da Microsoft, que nesta semana declarou apoio ao projeto de lei HB 2158, que transita no estado de Washington – onde fica sua sede – que prevê o aumento de bilhões de dólares em investimentos na educação de mão de obra qualificada em setores como ciência da computação, engenharia e enfermaria.

A projeto prevê um aumento de 33% nos impostos de ocupação e negócios de empresas de tecnologia que arrecadam mais de US$ 25 bilhões anualmente. Porém há uma seção do texto que afeta apenas duas empresas cujas sedes ficam em Seattle, principal cidade do estado: Microsoft e Amazon. Nesta cláusula, “empresas de tecnologia avançada” com arrecadação maior que US$ 100 bilhões ao ano teriam aumento de 67% em seus impostos.

Apesar da atitude louvável por parte da Microsoft, a decisão de apoiar a medida também joga uma bomba no colo da Amazon, cujas práticas fiscais fizeram com que o e-commerce pagasse, pelo segundo ano consecutivo, um total de US$ 0 em impostos. Em um artigo de opinião publicado pelo Seattle Times, o presidente da Microsoft Brad Smith reiterou o comprometido da empresa em financiar medidas que ajudem na educação da região, e pediu para que “as gigantes do mundo da tecnologia façam mais” pela educação, já que elas são as que mais se beneficiam da mão de obra qualificada.