24/06/2025 - 19:48
São Paulo, 24/06 – A Agroconsult aumentou sua projeção de segunda safra de milho no Brasil em 2024/25 para um recorde de 123,3 milhões de toneladas, alta de 19,6% em relação a 2023/24, após concluir a etapa do grão do Rally da Safra. “Esse volume está acima das estimativas de mercado”, disse o coordenador do Rally da Safra, André Debastiani. A estimativa anterior era de 112,9 milhões de toneladas. Na projeção, a área plantada cresceu 5,7% ante temporada anterior, atingindo 18,1 milhões/hectare no período. Já a produtividade média nacional chegou a recorde de 113,8 sacas por hectare.
Para Debastiani, o clima levou a uma “safra espetacular”, com as chuvas entre abril e junho garantindo umidade para enchimento dos grãos, além da não ocorrência de geada. “Mesmo milho plantado mais tardiamente, acabou produzindo bem”, disse o coordenador. Outro fator que favoreceu o resultado está relacionado às condições das lavouras – em especial nas regiões oeste e sudeste de Mato Grosso -, com crescimento no número de espigas e grãos por espigas, bem como um eficiente controle fitossanitário, embora tenha havido alta incidência de lagartas.
A Agroconsult projetou também um recorde de rendimento para os principais Estados produtores de milho: Mato Grosso, com 131,9 sacas por hectare, alta de 11,6% em relação à safra passada; Goiás, com 126,1 sacas por hectare, crescimento de 5,6%; Mato Grosso do Sul, com 98,1 sacas por hectare, aumento de 35,1%; e Paraná, com 106,5 sacas por hectare, avanço de 16,5%.
Com o milho verão acrescentando 27 milhões de toneladas, a produção total do grão deve atingir 150,3 milhões de toneladas em 2024/25, 16,5% maior do que a safra passada. “O País deverá enfrentar questões logísticas, especialmente relacionadas à armazenagem. Há previsão de que parte significativa do milho fique armazenada a céu aberto, como já ocorreu em anos anteriores, pressionando a infraestrutura de transporte e exportação”, diz Debastiani.
A consultoria avalia que no mercado doméstico há otimismo. “O mercado de rações apresenta sinais de retomada, especialmente após o controle e superação da gripe aviária. Além disso, o mercado de etanol de milho continua aquecido, impulsionando a demanda pelo cereal. Com esses fatores, o consumo interno deve atingir 97 milhões de toneladas.”
Sobre as exportações, a consultoria avalia que o ritmo dos embarques dependerá da conjuntura internacional. “O resultado das safras americana e argentina, além de eventos geopolíticos como o desenrolar da guerra entre Israel e Irã – o Irã é um dos maiores compradores do milho brasileiro – podem causar impacto considerável na demanda externa.”