Especial Onde investir em 2024

Há um segmento econômico, se podemos assim dizer, que no Brasil cresce a taxas quase insuperáveis. O número de milionários. Segundo o estudo Global Wealth Report 2023, havia no país 293 mil pessoas com patrimônio (todos os ativos menos dívidas) de pelo menos US$ 1 milhão (2021). Em 12 meses elas passaram a somar 413 mil (2022). Um poderoso salto de 41%. Além de crescimento do público potencial do mercado de wealth management há outro motivo que tem sido positivamente transformador: a refinada especialização de empresas que prestam esse tipo de assessoria.

É nesse espaço que entra a SWM, uma jovem e premiada assessoria de investimentos fundada em 2019 e que administra ativos da ordem de R$ 5,6 bilhões. São cinco sócios (Carla Ventura, Isabela Della Torre, Manoel Campos, Robert Balestrery e Thiago Fujiwara), todos forjados no universo financeiro e que decidiram oferecer nesse segmento um diferencial muito prometido, mas ainda pouco entregue. A gestão full e personalizada. “Hoje a gente se coloca como um hub de soluções financeiras”, afirmou à DINHEIRO Isabela Della Torre.

E há uma razão para isso. A multiplicação de produtos e arquiteturas de investimentos acelerada nos últimos anos. No Brasil, essa transformação se potencializou.

Manoel Campos, que já tem 35 anos de experiência em private banking, diz que a mudança se deu com a chegada da XP. “Ela revolucionou o universo de investimentos, porque fez, o que nos Estados Unidos já era muito antigo, um supermercado de produtos financeiros”, afirmou Campos. “Popularizou o mercado para muitos investidores, que até então ficavam restritos a produtos menos sofisticados.” Ainda que impactasse essencialmente varejo e pessoa física, a XP deu essa tração.

No caso do private banking, que envolve a gestão de patrimônios elevados, o mercado sempre foi dominado pelos bancos tradicionais, brasileiros e de fora do país. Mas um pedaço cada vez maior migra para as chamadas empresas independentes.

É neste campo que a SWM navega. Dentro do Wealth Management, ela atua tanto na assessoria de investimentos quanto no Multi Family Office (MFO) — operação que tem quatro meses e já soma R$ 400 milhões sob gestão.

Estima-se que o total desse universo corresponda no Brasil a R$ 2,5 trilhões, sendo R$ 2 trilhões com os grandes bancos e R$ 500 bilhões com as independentes, que somam cerca de uma centena e meia de companhias. Isabela explica o que tem movido essa migração, essa mudança comportamental. “Quando o cliente procura o serviço de Multi Family Office ele busca mais do que só o custo. Busca expertise”, disse ela. “Ele precisa de alguém que olhe seu patrimônio como um todo, no Brasil, fora do Brasil, e que tenha solidez e agilidade nessa gestão.”

OPORTUNIDADES

No caso da SWM, a projeção para este ano é ter crescimento orgânico e inorgânico. Campos afirma que via avanço orgânico a estimativa é ter no final deste ano R$ 7,5 bilhões sob gestão. Desse volume, pelo menos 20% devem estar no Family Office. Isabela diz que, no longo prazo, essa linha será predominante.

Quanto ao movimento inorgânico, há muita oportunidade. Estudo de uma instituição financeira mostra que pelo menos 80% dos independentes seriam hoje operações deficitárias. Agora o movimento é para quem está capitalizado. E como diz Campos, “a gente soube esperar, agora é a hora de olhar oportunidades”. Eles acreditam que com incorporações e aquisições cheguem a R$ 9 bilhões no fim do ano.

E outro ponto importante, como ressalta Isabela, é que “sempre tivemos uma operação superavitária”. E enxuta: são pouco mais de 50 funcionários. Na prática, o que dizem é que a SWM — que tem parceria estratégia com o banco BTG — olha no detalhe os próprios resultados. É como se dissessem ‘cuidamos do seu dinheiro como cuidamos do nosso’. E é isso mesmo. “A gente tem um olhar complexo sobre o cliente. A gente olha ele de forma 360”, disse Isabela. “E jogamos junto dele, como uma equipe.” Campos complementa: “Somos na gestão do patrimônio como os antigos médicos de família. Conhecemos muito bem nossos clientes e cuidamos de tudo”.