16/04/2025 - 6:30
O Minha Casa, Minha Vida (MCMV) ficará disponível para uma parcela maior da classe média com a inclusão de uma nova faixa de renda no programa. A expansão foi confirmada na terça-feira, 15, após a aprovação da medida pelo Conselho Curador do FGTS (Fundo de Garantia de Tempo de Serviço).
A nova faixa é voltada para famílias com renda bruta de até R$ 12 mil mensais, que atualmente não se enquadram nas faixas do programa. A modalidade permitirá o financiamento de imóveis novos ou usados com valor de até R$ 500 mil, com taxa de juros nominal de 10% ao ano.
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O anúncio de que o governo planejava esta mudança ocorreu no dia 3 de abril, porém ela só foi confirmada após a anuência do Conselho do FGTS. O motivo é a necessidade de alocação de recursos do fundo, que reverte parte de seus lucros para o MCMV.
Os financiamentos devem ficar disponíveis para a nova faixa até maio, segundo estimativas do governo. A expectativa é que cerca de 120 mil famílias sejam beneficiadas ainda em 2025.
O plano prevê a mobilização de R$ 15 bilhões do FGTS, que deverão ser aplicados em conjunto com outros R$ 15 bilhões captados por instituições financeiras habilitadas. Ao todo, o público da nova faixa, com foco na classe média, poderá contar com R$ 30 bilhões em recursos para financiamento habitacional.
Segundo o ministro das Cidades, Jader Filho, a medida ajudará o governo a alcançar 3 milhões de unidades habitacionais contratadas até 2026. Até o momento, foram mais de 1,2 milhão.
Como funciona o Minha Casa, Minha Vida
Criado em 2009, durante o segundo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, o MCMV oferece subsídios e juros mais baratos para facilitar a aquisição de casas e apartamentos por quem ainda não tem residência própria.
Até a expansão do programa aprovada pelo conselho do FGTS, o MCMV estava dividido em três faixas. Todas tiveram seus valores atualizados na mesma reunião em que foram ampliados os beneficiários.
As faixas ficaram definidas na seguinte forma:
- Faixa 1: renda familiar de até R$ 2.850,00, com subsídio de até 95% do valor do imóvel;
- Faixa 2: renda familiar de R$ 2.850,01 a R$ 4,7 mil, com subsídio de até R$ 55 mil e juros reduzidos;
- Faixa 3: renda familiar de R$ 4.700,01 a R$ 8,6 mil, sem subsídios, mas com condições de financiamento facilitadas;
- Faixa 4: renda familiar de R$ 8 mil a R$ 12 mil, com taxa de juros nominal de 10% ao ano, 420 parcelas e limite de financiamento de até R$ 500 mil, de imóveis novos e usados.
O programa possui ainda linhas voltadas especificamente para áreas rurais, com outra divisão de faixas.
Os valores de cada faixa não consideram benefícios recebidos de auxílio-doença, auxílio-acidente, seguro-desemprego, de Benefício de Prestação Continuada (BPC) e do Programa Bolsa Família.
Limite de valor dos imóveis
O MCMV estabelece preços máximos para os imóveis adquiridos por pessoas de cada uma das faixas de renda.
Para as Faixas 1 e 2, os tetos oscilam entre R$ 190 mil e R$ 264 mil, conforme a região do país. Já beneficiários da Faixa 3 têm a possibilidade de comprar propriedades com preço máximo de R$ 350 mil em qualquer parte do país. O teto da nova Faixa 4 é ainda maior, de R$ 500 mil.
O Conselho do FGTS decidiu também que pessoas com renda mensal enquadrada na Faixa 2 do Minha Casa, Minha Vida podem adquirir imóveis com valores da 3, desde que aceitem também as condições de pagamento desta faixa, com juros de 7,66% a 8,16% ao ano e sem subsídios.