SÃO PAULO (Reuters) -A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou nesta quinta-feira que o agora ex-titular do Meio Ambiente Ricardo Salles deixa um legado, após um “bom trabalho” no governo do presidente Jair Bolsonaro, e defendeu que exista um diálogo entre questões ambientais e o desenvolvimento no país.

Em entrevista à CNN Brasil, a ministra afirmou que Salles, que pediu demissão na véspera, cumpriu seu trabalho em uma pasta “muito difícil”, especialmente em um momento em que o mundo todo discute o tema ambiental, acrescentando ainda que a agricultura não pode ser vista como vilã.

“O ministro Ricardo Salles cumpriu esses dois anos e seis meses de governo, fez um bom trabalho. É uma pasta muito difícil, o Meio Ambiente, principalmente no momento em que o mundo todo discute. O ministro deixa um legado”, disse.

Tereza Cristina elogiou o trabalho conjunto desenvolvido pelos dois ministérios e ponderou que as mudanças são normais no governo. “O presidente chama os seus ministros, convida, e também o ministro Ricardo Salles achou por bem deixar o governo neste momento”, disse.

Salles anunciou na quarta-feira seu pedido de demissão, em meio a investigações sobre sua conduta à frente do ministério e críticas sobre a política ambiental do país. Joaquim Álvaro Pereira Leite, que comandava a Secretaria da Amazônia e Serviços Ambientais da pasta, foi nomeado para o cargo.

Sobre a política ambiental, Tereza Cristina defendeu a existência de um diálogo transversal entre meio ambiente e agricultura, ressaltando que o Brasil possui leis consolidadas no setor, como o Código Florestal.

“Eu não vejo nenhum prejuízo dessa conversa transversal para o desenvolvimento”, disse a ministra, que acrescentou também não enxergar uma permissividade excessiva com o agronegócio no país.

Tereza Cristina voltou a afirmar que o Brasil possui uma imagem ruim no exterior em termos ambientais, porque muitos querem “vilanizar” a agricultura. Para ela, é importante que sejam mostrados pontos positivos do segmento no país.

“A gente tem que mostrar com dados concretos o que temos de bom no Brasil, e nós temos muita coisa boa no Brasil. Temos mazelas a corrigir? Temos, todo mundo tem… Isso vem sendo feito”, disse a ministra.

(Por Gabriel AraujoEdição de Maria Pia Palermo)

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