21/12/2022 - 17:21
LIMA/CIDADE DO MÉXICO (Reuters) – A presidente do Peru, Dina Boluarte, promoveu nesta quarta-feira o responsável pela Defesa do país ao cargo de primeiro-ministro como parte de uma reforma ministerial após apenas 11 dias no poder, uma medida que se seguiu aos protestos deste mês que deixaram ao menos 26 mortos no país.
Alberto Otarola, um advogado que era o ministro da Defesa do país andino, foi nomeado primeiro-ministro, e quatro outros nomes entraram para o ministério. Alex Contreras e Oscar Vera foram mantidos como ministros da Economia e de Minas e Energia, respectivamente.
Parlamentares de esquerda criticaram a indicação de Otarola, culpando-o pelas mortes relacionadas aos protestos que levaram à renúncia de dois ministros e foram desencadeados pelo impeachment e detenção do ex-presidente Pedro Castillo.
“Sem nenhum remorso, Alberto Otarola, um dos principais políticos responsáveis pela morte de 26 peruanos, toma posse como novo primeiro-ministro”, disse a deputada Sigrid Bazan.
Grupos de direitos humanos acusaram as autoridades peruanas de usar armas de fogo contra manifestantes e lançar bombas de fumaça de helicópteros. O Exército diz que os manifestantes usaram armas e explosivos caseiros.
Boluarte, que se tornou presidente depois que Castillo tentou dissolver ilegalmente o Congresso e foi deposto e detido, disse que está liderando um governo de transição, e pediu que os parlamentares antecipem as eleições.
Seu governo também está envolvido em uma disputa diplomática com o México depois que o governo de Lima disse esta semana que estava expulsando o embaixador mexicano. Essa mudança seguiu-se ao apoio público do presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, a Castillo.
(Reportagem de Marco Aquino, em Lima, e Raul Cortes e Dave Graham, na Cidade do México)