22/05/2019 - 18:10
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, defendeu nesta quarta-feira, 22, a cobrança de mensalidades na pós-graduação, uma prática hoje que não é prevista em lei. Durante uma tumultuada sessão na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, o ministro reafirmou ser contrário à cobrança das mensalidades durante a graduação, mas disse ter avaliação diferente sobre os cursos de mestrado e doutorado. “Tá lá o bonitão com diploma de advogado, ele paga”, afirmou, para mais tarde complementar: “E não é pra toda pós-graduação, mas para as que têm visão de mercado, a gente pode cobrar.”
A sessão teve início às 9h30 e foi encerrada antes do previsto, em virtude da gritaria e tumulto provocado por parlamentares. A confusão começou quando a deputada que presidia a sessão, professora Marcivania (PCdo B-AP) questionou o ministro se ele estaria disposto a ouvir representantes da União Nacional dos Estudantes (UNE) e da União Brasileira de Estudantes Secundaristas (UBES). O ministro negou. “Eu nunca fui filiado à UNE”, respondeu.
Mesmo com a reação do ministro, a deputada afirmou que concederia dois minutos para que os representantes dos movimentos se manifestassem. Houve gritos e dedos em riste. Deputada Marcivania respondia “Não me mostre o dedo…”. O deputado Éder Mauro (PSD-PA) dava tapas na mesa. Exaltados, ele, o deputado Waldir, líder do PSL na Câmara e a professora Dayane Pimentel levantaram-se e foram até a mesa protestar.
A apresentação de Weintraub foi a mesma exposta durante audiência realizada no Senado e no plenário da Câmara, na semana passada. Repetindo os tópicos apresentados nas outras ocasiões, ele defendeu que universidades aumentem suas fontes de receita. Disse ainda concordar com a ampliação das verbas do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). O aumento de recursos, contudo, estaria condicionado ao cumprimento de metas de Estados e municípios.
Antes da confusão, Weintraub foi chamado de imaturo pela deputada federal Tabata Amaral (PDT-SP). Ela disse que irá processá-lo por danos morais, em virtude da distribuição de documentos com números telefônicos da deputada e da equipe. “Isso é um constrangimento”, disse. As cópias mostravam um convite do MEC para a deputada, um documento que ela afirma não ter recebido.