30/04/2021 - 14:13
A reportagem de capa da Revista IstoÉ desta semana denunciou o possível envolvimento do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, com madeireiros ilegais. A reportagem teve acesso aos documentos que mostram a ligação de Salles com integrantes da família de Walter Dacroce, suspeita de grilagem de terras públicas no Pará.
O ministro, em defesa própria, atacou a publicação e a reportagem com xingamentos, e afirmou não ter nenhum envolvimento com madeireiros ilegais.
Pelo Twitter, o ministro se posicionou e escreveu: “Que a “QuantoÉ” é um lixo, todo mundo sabe, mas essa matéria patética na capa superou a cafajestagem. Não tenho NADA a ver com NENHUM madeireiro, de lugar nenhum. Nosso compromisso é com lei e a verdade sem radicalismos e perseguições. Matéria não diz nada com nada. Ridículo”.
Que a “QuantoÉ” é um lixo, todo mundo sabe, mas essa matéria patética na capa superou a cafajestagem. Não tenho NADA a ver com NENHUM madeireiro, de lugar nenhum. Nosso compromisso é com lei e a verdade sem radicalismos e perseguições. Matéria não diz nada com nada. Ridículo. pic.twitter.com/q82TAOhd7d
— Ricardo Salles MMA (@rsallesmma) April 29, 2021
Entenda o caso
A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF) investigam a ligação do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, com integrantes da família de Walter Dacroce, suspeita de grilagem de terras públicas no Pará e que foi uma das fontes que abasteceram a empresa Rondobel Madeiras Ltda, proprietária de parte dos 200 mil metros cúbicos de madeira ilegal apreendida no Amazonas em novembro do ano passado, avaliada em R$ 130 milhões.
O ministro, mesmo ciente de que as investigações da PF indicavam que a madeira era fruto de fraudes e de desmatamento ilegal, foi ao local nos dias 31 de março e 7 de abril deste ano defender os criminosos. Ricardo Salles chegou a pousar em helicóptero do Ibama em uma das fazendas dos Dacroce usadas na extração ilícita de pelo menos 43 mil toras cortadas irregularmente, como demonstração de apoio aos exterminadores das florestas.
O fato levou o delegado federal Alexandre Saraiva, responsável pela investigação, a denunciar o ministro ao STF “por advocacia administrativa e por obstar a ação fiscalizadora do Poder Público”. As suspeitas da PF apontam que Salles obteve “vantagens de qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais e crimes ambientais”.