12/05/2004 - 7:00
Os japoneses sempre se orgulharam de suas montadoras de veículos. Toyota e Honda viraram referência em tecnologia, design e gestão de negócios. Nissan, nos últimos dois anos, vem ocupando lugar de destaque no setor com sua arrancada nos mercados europeu e americano. A exceção nessa onda vermelha que tomou conta do mundo é a Mitsubishi Motors (MM). A marca vive a pior fase de sua história. Para começar, saiu da terceira para a sexta posição do ranking japonês, atrás até da Mazda. Suas vendas caíram US$ 661 milhões em 2003. Na semana passada, a MM pediu socorro: afogada em dívidas de US$ 3,5 bilhões, ela precisava de pelo menos US$ 1 bilhão para voltar a respirar. A primeira a ameaçar jogar a bóia foi a DaimlerChrysler, dona de 37% das ações da MM. Disse que aumentaria a participação para 50% injetando US$ 6,6 bilhões na coligada. Mas desistiu.
Sobrou então para a ?mãe? Mitsubishi Corporation zelar pela saúde financeira da montadora. Dona de 28 empresas, incluindo uma partici-
pação de 34% na própria MM, a Mitsubishi Corp. anunciou um aporte de US$ 3 bilhões para sua divisão automotiva e se tornou a maior acionista. Mas o board japonês já avisou que não quer mais saber de erros administrativos nem de desrespeito ao consumidor. ?Há seis anos, a montadora deixou de fazer o recall de veículos no Japão e depois teve de admitir que os carros tinham problemas. Isso compro-
meteu a imagem da empresa?, comenta um analista. De acordo com Eduardo Souza Ramos, representante da marca no Brasil, a Mitsubishi Corp foi a melhor saída para a montadora. ?As últimas parcerias da Daimler não foram exatamente um modelo de eficiência?.